O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), por meio de seu Núcleo de Combate ao Exercício Ilegal da Medicina (Nuceim), promoveu a Palestra: “O que sobra para o médico”, no Auditório Carlos Sá, da Entidade. O evento teve como foco principal as especialidades que mais concentram casos de exercício ilegal da medicina: Dermatologia e Oftalmologia, com a presença dos médicos palestrantes Dra. Cíntia Cristina Pessin (SBD/RS) e Dr. Marcos Brunstein (Sorigs).
A abertura foi feita pelas diretoras do Simers, Anice Metzdorf e Mônica Berg, que reforçaram a luta constante da Entidade em combater as ilegalidades, discorreram sobre os motivos que fizeram com que fosse implantado o Núcleo de Combate ao Exercício Ilegal da Medicina na Entidade Médica e incentivaram as pessoas a denunciarem as irregularidades. Ambas enalteceram que o debate ilegal da medicina as move e contabilizaram mais de 400 denúncias desde que o Simers disponibilizou um canal de denúncias.
Dando sequência, a médica dermatologista, Dra. Cíntia Cristina Pessin, apresentou ocorrências de interferência médica em casos de pele e abordou como as redes sociais têm contribuído, de certa forma, com o tema: “Hoje todo mundo é da área da saúde, é doutor. As redes sociais têm contribuído com isso, e é um risco para quem faz algum procedimento invasivo sem um médico especializado, gerando consequências”.
Cíntia explicou que nas mídias as pessoas enxergam o que for mais barato, “influencers’’, com volume alto de seguidores, prejudicando quem estudou anos e entende do assunto e, causando sequelas a quem recorre a isso. “Eu tenho muito orgulho em ser médica e não imagino algo diferente para a minha vida. Valorizo o respeito pela vida humana e a boa prática médica”, finalizou.
Dr. Marcos Brunstein trouxe casos de problemas na visão em decorrência a cirurgias realizadas por quem não tem estudo na área, como dentista, em um dos exemplos. “A procura pelo fácil e barato tem se tornado comum nas redes sociais, infelizmente. Quem pratica a medicina de forma ilegal não tem sensibilidade, responsabilidade e empatia com o próximo”.
Também estimulou os médicos a denunciar casos de intromissão ao Ato Médico. “O Simers esteve sempre ao nosso lado. Nós continuamos acreditando nas entidades médicas, instituição pública, MP, para que ajudem a fiscalizar essas situações. A saúde é prioridade”, enfatizou.
Ao final, a diretora, Anice Metzdorf conclui: “O debate constante, como este que realizamos hoje, vem sendo realizado no sentido de alerta. É sobre limite, a falta dele que é imenso. Fica aqui a provocação para que os jovens levem em frente a nossa contrariedade quanto ao exercício ilegal da medicina”. Mônica Berg foi na mesma linha: “O trabalho que realizamos no Simers de denunciar a prática do exercício ilegal da medicina deve ser seguido e ampliado, juntamente com a sensibilização das autoridades para que medidas concretas sejam tomadas”.
Como denunciar
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) disponibiliza um canal de denúncias no site, pelo e-mail: denuncias@simers.org.br ou pelo telefone: (51) 30273737, para que os casos sejam encaminhados às instâncias cabíveis.
Fonte: Simers