O presidente da Federação Médica Brasileira (FMB), Casemiro dos Reis Junior, junto com demais integrantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS), reuniu-se virtualmente, na quarta-feira (22/07), com o reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, para reforçar o apoio à continuidade da pesquisa desenvolvida pela Universidade, no mapeamento da epidemiologia do Coronavírus no Brasil, considerada o maior estudo epidemiológico que se tem conhecimento sobre a Covid-19 em todo o mundo.
A pesquisa Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (Epicovid19-BR) foi financiada pelo Ministério da Saúde e aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) do CNS. Após concluir as três fases previstas no cronograma original a pesquisa foi encerrada e, no momento, aguarda novos investimentos para prosseguir com os testes e entrevistas.
“Foi uma reunião produtiva em que o CNS pode reforçar o apoio a esta iniciativa, tendo em vista o fornecimento de dados relevantes no enfrentamento ao Coronavírus e destacou a importância de se manter investimentos na ciência”, comenta o presidente da FMB.
MAIS SOBRE A PESQUISA
O estudo foi realizado em 133 cidades brasileiras, consideradas as mais populosas conforme divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre outros aspectos, o estudo aponta as diferenças na evolução do Coronavírus entre as regiões do Brasil e confirma que o risco de infecção não depende da idade, ou seja, adultos e crianças correm os mesmos riscos de contaminação.
O levantamento também mostra que há seis vezes mais pessoas com anticorpos para a Covid-19 do que as estatísticas oficiais apontam e que apenas 9% dos pesquisados não relataram qualquer sintoma, ou seja, a maioria dos casos não são de pessoas assintomáticas.
A pesquisa aborda as desigualdades regionais, as diferenças por nível sócio econômico e etnia, o grau de adesão da população brasileira às recomendações de distanciamento social, como esse percentual muda ao longo do tempo e a velocidade de expansão do Coronavírus, entre outros aspectos.
Somando as três fases da pesquisa, trata-se do estudo epidemiológico com maior número de indivíduos testados do mundo para o Coronavírus, com uma amostra total de 89.397 pessoas entrevistadas e testadas.
“Concluímos com sucesso as três fases da pesquisa e esperamos que ela prossiga, porque a pandemia está seguindo e a população brasileira precisa desses dados. Como epidemiologistas queremos seguir produzindo informações epidemiológicas para que Brasil continue enfrentando a Covid-19, afirma o reitor Hallal.
Iniciativas similares estão sendo realizadas nos Estados Unidos, Espanha, Islândia, Áustria e Suécia.
Fonte: Ascom CNS