O Ministério da Saúde informa que a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) atualizou na sexta-feira, 13 de janeiro, os dados de casos suspeitos de Febre Amarela silvestre no estado. Até o momento, existem 20 casos prováveis da doença, sendo 10 óbitos prováveis. No total, são 133 casos suspeitos notificados e 38 mortes suspeitas da doença em 24 municípios.
Desde o começo desta semana, duas equipes do Ministério da Saúde estão atuando presencialmente nas localidades com relato de casos de febre amarela e estabelecendo medidas de controle. A investigação está sendo conduzida, em conjunto, pelo Ministério da Saúde, estado de Minas Gerais e municípios envolvidos.
Confira: Perguntas e respostas sobre a Febre Amarela
Os municípios com ocorrência de casos suspeitos de febre amarela (Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga, Imbé de Minas, Entre Folhas, Ubaporanga, Ipanema, Inhapim, São Domingos das Dores, São Sebastião do Maranhão, Itambacuri, Poté, Setubinha, Água Boa, São Pedro do Suaçuí, Simonésia, Teófilo Otoni, Ipatinga, Alpercata, Ouro Verde de Minas, Itanhomi e Novo Cruzeiro) já fazem parte da área de recomendação para vacinação, assim como todo o estado de Minas Gerais.
O vírus da febre amarela se mantém naturalmente em um ciclo silvestre de transmissão, que envolve primatas não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos silvestres. O Ministério da Saúde realiza a vigilância de epizootias desde 1999 com objetivo de verificar e antecipar a ocorrência da doença.
Assim é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas e também evitar a urbanização da doença por meio do controle de vetores nas cidades. O macaco, principal hospedeiro e vítima da febre amarela, funciona como sentinela, indicando que o vírus está circulando em determinada região.
Em 2015, foram registrados nove casos de febre amarela silvestre em todo o Brasil, seis em Goiás, dois no Pará e um no Mato Grosso do Sul, com cinco óbitos. Em 2016, foram confirmados seis casos da doença, nos estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (1), sendo que cinco deles evoluíram para óbito. Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.
VACINAÇÃO – O Ministério da Saúde informa que a vacinação imediata contra febre amarela nos municípios do estado de Minas Gerais deve ser, preferencialmente, a pessoas que vivem em áreas rurais dos municípios com casos suspeitos e a pessoas que nunca se imunizaram contra a doença. Todos os estados estão abastecidos com a vacina e o país tem estoque suficiente para atender toda a população nas situações recomendadas. Nesta semana, o Ministério da Saúde enviou 735 mil vacinas ao estado, totalizando mais de 1 milhão de doses ao estoque de Minas Gerais.
A Organização Mundial da Saúde considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como medida adicional de proteção, o Ministério da Saúde definiu a manutenção do esquema de duas doses da vacina Febre Amarela no Calendário Nacional, sendo uma dose aos noves meses de idade e um reforço aos quatro anos.
Para intensificar as ações de vacinação, o estado de Minas Gerais, em conjunto com os municípios, fará busca ativa nas localidades onde foram registrados casos suspeitos da doença na zona rural dos municípios. Postos de saúde móveis serão montados nas regiões onde estão ocorrendo os casos suspeitos de febre amarela, além da ampliação do horário de funcionamento das unidades.
A recomendação de vacinação para o restante do país continua a mesma: toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, deve se imunizar. A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.
É importante informar que a vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Em 2016, o total distribuído foi de mais de 16 milhões de doses. A vacina é altamente eficaz e segura para o uso, a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.
Orientações para a vacinação contra febre amarela para residentes em área com recomendação da vacina ou viajantes para essa área.