Diante das recentes denúncias de pacientes sobre a superlotação do Hospital Risoleta Tolentino Neves e com a divulgação maciça da imprensa, médicos do hospital vinculados à Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP) se reuniram em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), dia 3 de agosto, para discutir a situação dos profissionais e da população diante do caos na unidade de saúde.
A AGE foi realizada pelo Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) via videoconferência e teve também como objetivo tratar sobre celebração do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2024 dos profissionais. Para o diretor de Mobilização do sindicato, Cristiano Túlio Maciel Albuquerque, que conduziu a AGE, com a superlotação e a demora nos atendimentos, a assistência à população fica totalmente comprometida. Segundo ele, este cenário de dificuldades encontrado pelos médicos é um importante momento de lutar por melhorias nas condições de trabalho.
Cenário alarmante com déficit nas escalas médicas e falta de leitos
Na ocasião, os médicos reafirmaram a superlotação no Hospital Risoleta Tolentino Neves e o déficit na escalas médicas. Segundo os profissionais, a situação do hospital vem se arrastando ao longo do anos do ponto de vista estrutural e gerencial. “Grande parcela das cirurgias eletivas, por exemplo, não são realizadas por falta de vagas e déficits na escala de profissionais, principalmente anestesistas. Além disso, dois médicos plantonistas não conseguem atender os pacientes da emergência clínica e cirúrgica”, relataram.
Ainda de acordo com os profissionais, a unidade está com falta de leitos de retaguarda e com carência de algumas metodologias de propedêuticas, como o duplex de carótida. Além disso, existe uma superlotação na fila do exame ecocardiograma, o que gera uma permanência muito longa dos pacientes, e, consequentemente, atraso nas altas médicas.
Durante a Assembleia Geral Extraordinária, médicos reforçaram a importância de a categoria cobrar mais ativamente da gestão atual do Hospital Risoleta Tolentino Neves as suas reivindicações.
Entre os pleitos dos médicos para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2024, foi deliberado a criação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), recomposição salarial considerando as perdas registradas nos últimos 5 anos; redução de carga horária sem diminuição da remuneração e reajuste salarial por tempo de serviço.
Fonte: Sinmed-MG