O Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (19/05), data em que comemora-se o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, campanha para sensibilizar e mobilizar as doações de leite materno, mesmo durante a pandemia da COVID-19. O ministério alerta que com os cuidados necessários, tanto da doadora quanto dos Bancos de Leite, é possível manter a rotina de doação. Com o slogan “Doe leite materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença”, a campanha tem o objetivo de estimular doações durante todo o ano. De janeiro a abril deste ano, houve redução de 5% no número de doadoras em relação ao mesmo período de 2019.
Neste ano, diante do momento de emergência pública que o país enfrenta, até o momento, por conta do coronavírus, a orientação do Ministério da Saúde é que mulheres saudáveis continuem doando leite, mesmo que o pote não esteja cheio. Cada pote de leite humano pode ajudar até 10 recém-nascidos. É importante tomar alguns cuidados, como: somente doar se estiver saudável, verificar nos postos de coleta e bancos de leite humano a necessidade de agendamento para evitar aglomerações e seguir as orientações para coleta segura. Caso a mulher tenha sintomas de gripe ou morar com alguém que apresente esses sintomas, deverá suspender a doação nesse período.
A secretária substituta de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Daniela Carvalho, informa que a pasta está preocupada com a pandemia e o seu impacto na vida dos bebês que precisam dessas doações. “Cada gota de leite materno representa uma vida, um bebê que está na UTI Neonatal precisando de ajuda. O Brasil precisa da solidariedade de todas as mães lactantes e, principalmente, dos profissionais de saúde, que têm papel importante de informar às mulheres a melhor forma e os benefícios de fazer a doação deste leite”, disse Daniela Carvalho.
O Brasil possui a maior e mais complexa rede do mundo, sendo referência internacional por utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta tecnologia. A Rede Global de Bancos de Leite Humano (RBLH) é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). São 224 Bancos de Leite Humano e, ainda, 217 postos de coleta, além da coleta domiciliar em alguns estados. As possíveis doadoras podem obter mais informações pelo site saude.gov.br/doacaodeleite ou pelo telefone 136.
POR QUE DOAR?
Bebês prematuros ou de baixo peso (menos de 2,5 kg) precisam do leite materno para se recuperarem mais rápido e crescerem mais fortes e saudáveis. Durante todo o ano de 2019, apenas 222 mil litros de leite humano foram coletados. Deste total, foram distribuídos 165 mil litros, beneficiando 214 mil recém-nascidos, a partir da doação de 188 mil mulheres. No entanto, no Brasil, por ano, cerca de 330 mil crianças nascem prematuras e precisam da doação de leite, já que permanecem sendo assistidas nos hospitais e maternidades. Os bebês prematuros representam, em média, 11% do total de crianças que nascem anualmente, em torno de 3 milhões.
RECONHECIMENTO
A experiência brasileira dos bancos de leite humano é reconhecida mundialmente. Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) conferiu o Prêmio Dr. Lee Jong-wook de Saúde Pública ao pesquisador brasileiro João Aprígio de Almeida pelo trabalho à frente da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano. Trata-se de um dos mais importantes prêmios da área da saúde.
A rede brasileira é responsável por coletar e distribuir leite materno, com controle rigoroso, a recém-nascidos prematuros e de baixo peso. O leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os seis meses de vida, protegendo-o contra doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias. Assim, é uma das mais importantes e efetivas estratégias para redução de mortes de bebês.
Fonte: Ministério da Saúde