Os trabalhadores do Hospital de Araranguá, no Sul de Santa Catarina, estão em greve desde a 0h desta segunda-feira, 10 de outubro, por tempo indeterminado. De acordo com o sindicato, a categoria exige esclarecimentos do governo do estado após o anúncio de municipalização da unidade. Os funcionários alegam incerteza quanto ao recebimento dos direitos trabalhistas nesta transição.
“Convocamos uma reunião com o secretário de saúde do estado para esclarecimentos, mas recebemos apenas um ofício indicando que a municipalização é um caminho sem volta. Os funcionários temem perdas, caso a nova administração não dê continuidade ao trabalho no município, como já aconteceu com o hospital no passado”, explicou o secretário do Sindisaúde João Estevam.
A Secretária de Estado da Saúde informou que a transferência de gestão foi um movimento da prefeitura de Araranguá que encabeça uma gestão de consórcio intermunicipal para administrar o Hospital Regional de Araranguá.
“A SPDM, atual gestora, foi informada da rescisão do contrato de gestão do Hospital Regional de Araranguá no último dia 23 de setembro, permanecendo a unidade sob sua gestão até o dia 31 de outubro, período que servirá de transição para o hospital“, declarou em nota.
Atuação
O hospital de Araranguá atende diversos municípios da região do Sul catarinense e, atualmente, segundo o sindicato, tem 530 funcionários entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, cozinheiros e trabalhadores das áreas de apoio e manutenção.
Na manhã desta segunda, eles estavam concentrados na entrada para funcionários da unidade, com faixas e cartazes indicando a greve.
“Estamos trabalhando com um efetivo de 30% para situações de emergência em regime de revezamento para não sobrecarregar os técnicos”, contou Estevam.
Por meio de sua assessoria, o sindicato informou ainda que os trabalhadores reivindicam rescisões de todos os contratos, recontratação dos trabalhadores pela nova empresa e 12 meses de estabilidade após as recontratações.
Incerteza
Conforme Estevam, o hospital é uma responsabilidade do estado que cedeu a gestão para para a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
“A notícia da municipalização chegou verbalmente até nós e o que sabemos é que começa a valer em 1º de novembro. Não há clareza sobre como ficarão as coisas a partir de agora, que o municípo assumirá a responsabilidade e mais, essa decisão não passou por nenhum crivo da sociedade, queremos esclarecimentos“, pontou o sindicalista.
Fonte: G1 SC