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Dirigentes do Conselho Superior das Entidades Médicas (COSEMESC) reuniram-se na noite desta terça-feira (29/06) com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, em uma transmissão ao vivo para tratar sobre a pandemia da Covid-19 e ações futuras. O deputado estadual e vice-presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Vicente Caropreso também participou do encontro.
Pandemia
O secretário apresentou as ações realizadas desde o início da pandemia da Covid-19 e destacou o trabalho do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) que coordena as ações de enfretamento.
A taxa de letalidade de Santa Catarina hoje é a mais baixa do Brasil (1,60%) e mais de 4 mil profissionais da saúde foram contratados desde março do ano passado. Segundo dados da SES, 1.100 leitos de UTI Covid foram abertos na pandemia e mais de R$ 1,8 bilhão foram repassados aos municípios. “Atualmente Santa Catarina está abastecida com o Kit intubação, conta com mais de 1.512 leitos ativos de UTI Covid-19 e na data de hoje está com 94% dos leitos de UTIs ocupados, o que nos deixa em uma posição confortável, mas com muita cautela”, apresentou o secretário.
Questionado pelo coordenador do COSEMESC e presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Ademar José da Silva Paes, sobre os desafios para os próximos dias de inverno e com as baixas das temperaturas, André comentou sobre a necessidade de ficar alerta “Sabemos que nesta época do ano outras doenças como pneumonia, influenza, concorrem com os pacientes com Covid-19 e estamos organizados”.
Remuneração
O secretário confirmou que partir desta quarta-feira iniciam discussões para tratar sobre a remuneração servidores da saúde, processos seletivos e concursos, inclusive com sugestões apresentadas pelas entidades médicas. Segundo ele, é necessário rever métricas para que haja ganhos e não comprometa o orçamento.
Informou também que o decreto que garante uma gratificação especial para os trabalhadores no período da pandemia que encerraria em 30 de junho está sendo prorrogada até 30 de setembro.
“Ninguém merece mais homenagem e valorização do que os profissionais da saúde. Precisamos dar um passo na revisão da remuneração para trazer reconhecimento para as equipes”.
Cirurgias eletivas
A reestruturação hospitalar para que as cirurgias eletivas sejam retomadas nas próximas semanas foi outro ponto abordado pelo secretário. Antes da pandemia 63 mil pacientes aguardavam por procedimentos e hoje somam 100 mil. Segundo André, a desativação de 280 leitos de UTI no ano passado por parte do Ministério da Saúde foi um dos fatores que dificultou este retorno.
“A ideia é reaver a estrutura para a rede de baixa complexidade ficar na retaguarda da alta complexidade. Dezenas de ações estão sendo tomadas como busca de insumos, protocolos adequados e discussão de valorização dos servidores para que daqui alguns dias possamos avançar com as eletivas e diminuir o sofrimento das pessoas que estão na fila”.
Vacinação
Questionado pelo presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM SC), Daniel Ortelatto, sobre comentários inerentes à terceira dosagem para alguns tipos de vacinas, André destacou que há muitos boatos e que precisa ser comprovada cientificamente esta necessidade. Havendo a necessidade, a disponibilidade de mais vacinas dependeria do governo Federal, pois dentro do Programa Nacional de Imunização é ele o responsável pela aquisição e definição dos critérios de aplicação.
O secretário também salientou a importância do incentivo para que a população aplique a segunda dose do imunizante – hoje são 68 mil pessoas no Estado sem a complementação da vacina.
SAMU
O presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (SIMESC), Cyro Soncini, acompanhado do vice-presidente, Leopoldo Back, lembrou que os médicos do SAMU têm tido papel relevante na pandemia e cobrou um posicionamento sobre a remuneração e condições de trabalho destes profissionais contratados pela organização social OZZ. “Não é compromisso do secretário resolver a questão do SAMU, é obrigação. Existem algumas amarras contratuais e a empresa está sendo notificada e multada pelos descumprimentos. Estamos confeccionando novo edital e formaremos comissão, inclusive com participação de alguns médicos do SAMU, para novo chamamento e trazer solução para isso”.
Saúde mental
O presidente do Sindicato dos Médicos da Região Sul (Simersul) Licínio Argeu Alcântara chamou atenção para a saúde mental que tem deixado sequelas neuropsiquiátricas, transtornos de estresse pós traumático, síndrome de bournout, e outros problemas agravados na pandemia.
“Estamos buscando junto à Superintendência de Planejamento ampliação de leitos nas unidades hospitalares, pois temos a demanda desde as pessoas acometidas pela doença, que perderam seus familiares, até as equipes que estão exaustas trabalhando há 15 meses na pandemia. Também está em nosso planejamento o Centro de Recuperação de Especialidade para atender paciente pós covid que apresentam desde dificuldade motora, cardiovascular como impacto na saúde mental”, disse André.
Autonomia do médico
O presidente da Academia de Medicina do Estado de Santa Catarina (Acamesc), Jorge Abi Saab, trouxe a pauta a postura de alguns gestores municipais que têm restrições sobre o uso de certos medicamentos no tratamento da Covid-19. André Motta Ribeiro explicou que os medicamentos para tratamento imediatos como corticoide, antibióticos, anticoagulantes estão disponíveis, que a SES emitiu diversas notas técnicas com protocolos e que defende a autonomia médica na prescrição do tratamento que avaliar mais adequado ao seu paciente.
Insulinas
No chat da transmissão no canal de YouTube da ACM alguns médicos questionaram sobre tipos de análogos de insulina que não estão sendo fornecidos aos diabéticos na pandemia. “A insulina é de responsabilidade do governo Federal, mas temos uma proposta da SES para fazer oferta da insulina para os pacientes que não estão sendo contemplados pelo Ministério da Saúde”, respondeu o secretário.
Outros temas foram abordados na reunião que pode ser assistida AQUI.
Fonte: Simesc