No último dia 18, a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro associada à de Santa Catarina publicaram um consenso a recomendação para gestantes e lactantes das novas vacinas contra Covid 19 atualmente disponíveis no Brasil: a CoronaVac, da chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina do laboratório britânico AstraZeneca com a universidade de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) [Oxford-AstraZeneca (ChAdOx1 nCoV19)], aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no último dia 17 para uso emergencial. Infelizmente, a segurança e eficácia das vacinas contra Covid-19 não foram avaliadas em gestantes e lactantes.
Em todos os estudos com vacinas para as quais os resultados da Fase III estão disponíveis foram excluídas mulheres grávidas ou amamentando. Portanto, não há dados sobre a segurança das vacinas contra Covid-19 em mulheres lactantes ou os efeitos das vacinas de RNAm no lactente ou na produção de leite. Como as vacinas de RNAm não são consideradas vacinas de vírus vivos, não há a hipótese de serem um risco para o lactente. Além disso, os estudos em animais não demonstraram risco de malformações.
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Gestantes e lactantes que fazem parte do grupo de risco podem se vacinar
Para as gestantes e lactantes pertencentes ao grupo de risco para Covid-19, a vacinação poderá ser realizada. Para isso, deve haver uma avaliação dos riscos e benefícios em decisão compartilhada entre a mulher e seu médico.
Foram elencadas como grupo de risco:
- Receptoras de transplante de órgão sólido;
- Portadoras de problemas respiratórios graves, incluindo fibrose cística e asma grave;
- Portadoras homozigóticas de anemia falciforme;
- Usuárias de terapias de imunossupressão suficientes para aumentar de forma significativa o risco de infecção;
- Portadoras de doença renal crônica (estágio 5) ou que necessitam de diálise;
- Portadoras de doença cardíaca significativa, congênita ou adquirida;
- Que atuam na linha de frente de assistência à pessoa com Covid-19, cujo risco de exposição pode ser maior, mesmo que tenham um risco menor de sofrer complicações se estiverem bem;
- Idade ≥ 35 anos;
- Obesidade;
- Portadoras de diabetes (preexistente);
- Hipertensão crônica.
É papel dos profissionais de saúde informar as gestantes e lactantes sobre os dados de eficácia e segurança das vacinas conhecidos assim como os dados ainda não disponíveis. A decisão entre o médico e a paciente deve considerar: o nível de potencial contaminação do vírus na comunidade; a potencial eficácia da vacina; o risco e a potencial gravidade da doença materna, incluindo os efeitos no feto e no recém-nascido e a segurança da vacina para o binômio materno-fetal.
Fonte: Pebmed