Federação Médica Brasileira – Surge uma nova entidade
Democracia participativa, sindicalismo ético e independente, apartidarismo e compromisso com o povo brasileiro são os princípios fundamentais que regem a Federação Médica Brasileira (FMB). A entidade representativa da categoria médica brasileira surgiu a partir do crescente descontentamento de um grupo de sindicatos médicos com os rumos e procedimentos tomados pela diretoria da Federação Nacional dos Médicos, única entidade que representava a categoria até então. O ápice da insatisfação ocorreu em novembro de 2013, com a realização do Congresso Extraordinário Charles Damian, no Rio de Janeiro, onde uma manobra permitiu a prorrogação ilegal do mandato do presidente, entre outras irregularidades.
Em maio de 2014 surge a Resistência Democrática, composta por entidades médicas de várias regiões brasileiras, além de representantes de três Federações Médicas; Femam, Femesp e Finco-TO, que elaborou e publicou a Carta de Princípios, onde estão os pressupostos éticos que passariam a pautar as atividades do novo sindicalismo médico brasileiro. A Carta aprovou seis princípios básicos: Democracia participativa, Unidade na diversidade, Compromisso com o médico, A medicina e a saúde, Independência e autonomia, Despartidarização e Compromisso com o povo brasileiro.
Em 24 de abril de 2015, reunidos na sede do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, em Recife, após avaliarem conjunturalmente as condições de trabalho da categoria, do movimento sindical médico e da saúde no Brasil, os sindicatos aprovam a Carta de Pernambuco, onde decidem pela “criação de uma entidade federativa que possa responder a todas essas demandas, bem como o fortalecimento de bandeiras de luta dos médicos, da medicina e da saúde no país”. Dezessete sindicatos médicos subscrevem o Manifesto, onde fica marcada oficialmente a data de 21 de maio de 2015, na cidade de São Paulo, para o lançamento da nova entidade.
A cerimônia oficial de fundação e posse da primeira diretoria da Federação Médica Brasileira (FMB), para o triênio 2015/2018, aconteceria em Belém (PA), em 27 de novembro de 2015, na sede da Unicred Pará, com a presença de 14 sindicatos médicos de várias regiões brasileiras. Tendo como primeiro presidente o médico paraense Waldir Araújo Cardoso, a nova entidade surgiu representando quase 200 mil médicos de todas as regiões do Brasil. Antes da cerimônia, no mesmo dia, houve uma reunião de posse na sede do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), que discutiu a estratégia de financiamento e manutenção da nova instituição. Foi aprovada a cidade de Belém como primeira sede da FMB.
No discurso de posse, o médico Waldir Cardoso destacou os grandes enfrentamentos da categoria, em nível nacional, e chamou os colegas de profissão à luta. “A hora é agora. Momento de transformar a história da organização sindical médica brasileira em uma história de homens e mulheres compromissados com a categoria e, sobretudo, com saúde de qualidade para a população brasileira”.
Entres os desafios, o presidente frisou “a crescente desvalorização do trabalho médico, com grande prejuízo na qualidade da assistência médica; a absoluta ineficácia das políticas de qualificação da formação de médicos no país e a crescente onda de transferência da gestão na saúde pública para organizações sociais e fundações públicas de direito privado”.
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