A manhã desta quinta-feira (2) foi dedicada a reflexões que atravessam tanto a técnica quanto a experiência humana de ser médico. No encerramento do II Congresso Acadêmico Sindical da Federação Médica Brasileira (FMB), os participantes acompanharam mesas sobre urgência médica e os desafios de gênero na carreira médica.
No primeiro momento, a mesa “Me formei, e agora? Além da Residência Médica, o que posso buscar?” reuniu especialistas para debater os caminhos profissionais após a graduação. A atividade foi moderada por Luíza Daniela de Tolêdo Araújo e relatada por Maria Eduarda Italiano de Menezes, ambas do Núcleo de Acadêmicos e Médicos Jovens do Sindicato dos Médicos da Paraíba (NAMJ/SIMED-PB).
Participaram como palestrantes: Denise Marylles, capitã médica do Exército Brasileiro; Denise Mota Araripe Pereira Fernandes, preceptora e supervisora do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da SMS-JP; Luís Renato Cardozo Custel da Silva, médico emergencista e membro da Câmara Técnica de Medicina de Emergência do CRM-PB; Flávio Rodrigo Araújo Fabres, perito oficial e médico legal da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba;) e Dr. Cyro Veiga Soncini, vice-presidente da FMB.
Na sequência, a mesa “Desafios e representatividade feminina na graduação e na atuação profissional” trouxe reflexões sobre as barreiras enfrentadas pelas mulheres na medicina. O debate foi moderado por Emily Bittencourt de Souza Martins (Sindicato Estudantil do Sindicato dos Médicos do Ceará) e relatado por Luiza Daniela de Tolêdo Araújo (NANJ SIMED-PB).
Entre as exposições, Sarah Farias Câmara, integrante do Núcleo Acadêmico do Pará; Arina Peixoto Nobre, presidente do Sindicato Estudantil dos Médicos do Ceará, Débora Eugênia Braga Nóbrega Cavalcanti, 2ª Vice-Presidente do CRM-PB; e Ariete do Perpétuo Socorro Domingues de Araújo, diretora sócio-cultural do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais. Elas destacaram dados preocupantes, como um estudo publicado na JAMA Internal Medicine que aponta que quase 25% das estudantes de medicina já sofreram comentários sexistas, enquanto 7% relataram investidas sexuais indesejadas. O levantamento ainda mostra que mulheres de minorias sub-representadas são mais vulneráveis à perseguição e discriminação.
As palestrantes reforçaram a importância de enfrentar essas situações para garantir não apenas igualdade de oportunidades, mas também um ambiente saudável e seguro de formação e exercício da medicina. Os congressistas encerraram a manhã com um debate aberto sobre os assuntos apresentados, reforçando o compromisso coletivo com a valorização profissional.