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Casa cheia para o primeiro dia do Simpósio A Carreira e o Piso Nacional do Médico, que termina no dia 22 de abril, na sede do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais. O evento é o primeiro realizado pela Gestão 2021-2024 da Federação Médica Brasileira. Representantes de entidades médicas e estudantil participaram ativamente dos debates sobre o assunto.
“Foi um dia intenso e de confirmação que não importa a posição política e nem qual o partido que está no poder. Nossas pautas são convergentes. Esteja quem estiver no poder, em qualquer nível, nosso propósito é defender o médico, a Medicina e a saúde pública de qualidade”, defende o presidente da FMB, Tadeu Calheiros.
Atividades
O vice-presidente da FMB e dirigente do SINMED-MG abriu o Simpósio e deu as boas-vindas aos participantes e falou da importância de debater o piso nacional do médico e a carreira médica de forma séria.
O secretário geral do SINMED-MG, Mauricio Meireles Goés, apresentou o Sindicato. “Nossa abrangência é de 700 cidades do Estado e nosso sindicato não tem posição político-partidária. Conversamos com todos os partidos com o objetivo de atender o médico”.
Os principais desafios do Movimento Médico Mineiro foi apresentado pelo médico Artur Oliveira Mendes, diretor de pesquisa e projeto do SINMED-MG. Ele detalhou sobre a história da formação médica e apresentou como se deu (e se dá!) a precariedade das relações o trabalho médico, que passa obrigatoriamente pela falta de preparo do médico para enfrentar o mercado de trabalho e o enfraquecimento do movimento sindical após a alteração na legislação trabalhista. “É preciso reconhecer vínculos e inadequalidade de contratos e colocar todos em sua responsabilidade nesse processo”, destaca, ao frisar que o Brasil hoje tem 353 faculdades de Medicina.
O presidente da FMB, Tadeu Calheiros, falou sobre sua vontade em estar envolvido com o movimento médico. “É minha segunda pele e isso foi forjado dentro da minha trajetória dentro do movimento médico. Pessoas que estão aqui e que foram estímulo para eu ser hoje o presidente da FMB”, disse na manhã do primeiro dia do Simpósio em BH.
“A união, a troca de experiências nos fortalece. A gente tem que se despir de vaidades e se unir para se fortalecer. Não interessam siglas, interessa a nossa busca. Eu vejo a FMB como fruto de corajosas mulheres, e cito a Malu Davi, que participou do alicerçamento desse caminho para estarmos aqui”, lembrou Tadeu e finalizou: “Estou muito orgulhoso de como a FMB tem se conduzido. Tornar essa voz uníssona, forte e dizer: nós representamos a categoria médica e vamos em busca dessa defesa”.
Debates
O primeiro presidente da FMB, Waldir Araújo Cardoso falou sobre a concepção moral e de valores da Federação. “Isso vem lá de trás, da CMB, quando a gente construiu as principais concepções e que dão o fortalecimento para o que está tendo continuidade agora. Juntos somos fortes. Temos que cada vez mais fortalecer isso, que todos sindicatos são importantes porque representam médico”, disse durante o período da manhã do Simpósio.
A presidente do Sindicato dos Médicos de Rondônia, Flávia Lenzi, apresentou sua estrutura e falou do programa “Simero sem parar”, que faz com que o sindicato esteja em todas as mais de 50 cidades do Estado. Comentou que as cirurgias eletivas ficaram suspensas por quase um ano devido à pandemia e sobre o trabalho de ajudar a proteger os médicos com equipamentos de produção individual.
O secretário geral da FMB e presidente do Sindicato do Grande ABS, José Roberto Cardoso Murisset frisou, durante o Seminário em Belo Horizonte, que é preciso empenho para “virar esse jogo do piso nacional do médico em nível nacional”. Contou sua história no movimento médico, que envolve discussão, planejamento e dedicação para ter um ciclo de crescimento vitorioso.
O secretário de Saúde Suplementar da FMB, Tarcísio Campos Saraiva de Andrade propôs a reflexão sobre o comprometimento dos médicos em relação ao enfrentamento até agora sobre as pautas médicas. “Temos nossa parcela de culpa nesse processo, mas precisamos compartilhar e colocar no colo de cada um a responsabilidade pelos problemas de saúde e buscar juntos a solução”, destacou.
O secretário de Comunicação da FMB, Edmar Fernandes enfatizou que é preciso parar de “fazer reunião para marcar reunião” e partir para a ação.
“Os médicos estão esperando respostas. Somos parte ativa na discussão dos problemas dos médicos e temos que ir pra cima”, comentou, se referindo a apoiar médicos que são comprometidos com o movimento e formar uma bancada nacional de defesa da Medicina e dos profissionais.
O segundo presidente da FMB, Casemiro dos Reis Jr, enfatizou os graves problemas que os médicos e a saúde enfrentam nesse período pós-pandemia. “A nossa categoria está sendo dizimada e sendo subjulgada pelos gestores. Temos muita participação no que estamos vivendo, mas não podemos tirar dos gestores a responsabilidade. Fomos tungados nos nossos direitos e garantias de trabalho durante a pandemia, além de termos sido submetidos a trabalhos intensos e de risco, fomos o maior país em mortes. Agora começamos a ver a quantidade de doenças crônicas que deixaram de ser tratadas e filas para atendimento. Vivemos um cárcere sanitário. Temos que nos unir para não seremos dizimados e levarmos anos e anos para reconstruir o movimento medico nacional”, disse.
O secretário do Formando e Médico Jovem da FMB, Wilson Machado, iniciou sua fala agradecendo à dedicação do primeiro presidente da FMB, Waldir Araújo Cardoso por sua dedicação ao movimento médico nacional e reforçou o discurso de que “temos que ter representantes no parlamento para defender a causa. Temos que oxigenar os conceitos para modernizar o sindicalismo. Temos que pensar como dar segurança a esse colega que opta por ser PJ sem garantia alguma”, disse no Simpósio.
Sobre o Sindicato dos Médicos do Pará, Wilson destacou ações que modernizam e facilitam a vida do médico como o “Gestão na mão”, que o médico não precisa mais ir ao sindicato para se filiar. Ele faz tudo por um aplicativo: se filia, escolhe como vai pagar e pode até agendar uma consulta com um dos advogados. Tratou também sobre conquista de reajuste para os médicos da rede municipal de Belém.
Carolina Tolentino, da Sociedade Acadêmica de Minas Gerais esteve no Simpósio e comentou sobre como é “angustiante ver a realidade e saber que não é possível ficar parado diante disso. Temos que nos movimentar para lá na frente colher os frutos disso tudo. Na faculdade a gente não vivencia essa experiência dos médicos e de lutas pela causa dos médicos e da Medicina. Promovemos eventos para os estudantes e procura representar no contexto do movimento médico”, disse ela.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, Marcos Rovinski abordou os trabalhos que estão sendo realizados no sindicato, como combater a violência contra os médicos, a campanha sobre o exercício ilegal da medicina e um trabalho importante do Núcleo de Psiquiatria com abordagem na depressão que tem envolvido estudantes de medicina e residentes. No período da tarde, falou sobre o que o Sindicato vai promover juridicamente para ajustar situações que implicam no Ato Médico.
O secretário Jurídico da FMB, Fernando Uberti afirmou o quanto é “visível o crescimento da Federação como Entidade nesses primeiros meses da Gestão 2021-2024. O processo está sendo muito bem conduzido, os vínculos estão bem mais próximos e está florescendo o que foi plantado nas gestões anteriores”, disse ele no Simpósio. No período da tarde, Uberti falou sobre a precarização do trabalho médico e o que pode ser feito para mudar essa situação.
Marcos de Holanda Pessoa, presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas encerrou as falas do período da manhã do Simpósio, reforçando o discurso de união. “Temos que ter a percepção de que precisamos nos unir para eleger vereadores, deputados estaduais e federais, e senadores. Temos muitos, mas sem compromisso com a classe porque não receberam nenhum tipo de apoio. É o momento do debate sobre isso também”, enfatizou.
Planejamento
O período da tarde do Simpósio A Carreira e o Piso Nacional do Médico foi marcado pelo debate do planejamento da FMB e alinhamento sobre o debate em torno do tema do evento.
Os participantes do evento foram divididos em grupos de trabalho para planejar as ações de Comunicação, do Jurídico e Financeiro/Administrativo.
“Eu tenho total confiança nessa diretoria e trabalhamos de forma colegiada. Decidimos tudo juntos porque é a forma de trabalho que permite mais debate e discussão assertiva em cada tema que é pautado”, destaca o presidente da FMB, Tadeu Calheiros.
O evento terminou com a participação do ex-presidente da AMB, Lincoln Ferreira. “Estamos em um ano muito próprio para debater o trabalho médico porque precisamos de adequada participação no Congresso. Sem isso, teremos mais dificuldades em fazer alguma coisa”, destacou.
Nesse primeiro dia os sindicatos do Acre, Alagoas, Amazonas, Campinas, Ceará, Grande ABC, Minas Gerais, Montes Claros (MG), Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia e Tocantins, representantes do CRM do Rio Grande do Norte e da Sammg.
Confira a programação para o último dia do Simpósio
22/04- Sexta-feira
09h – Abertura Oficial do Simpósio com Dr Tadeu Calheiros (Presidente da FMB) e Dr Jordani Campos Machado (Presidente SINMED-MG)
09h30 – Apresentação do Balanço de Trabalho da FMB 10h30 – Apresentação das Pautas Nacionais Carreira Médico de Estado Piso Nacional do Médico 11h – Debates 12h – Almoço 14h – Mesas – Pautas Nacionais 14h – Mesa I – Carreira Médico de Estado 15h – Mesa II – Piso Nacional do Médico 16h – Posicionamento das Entidades: SINMED-MG, AMMG, CRM-MG, AMB, CFM, CONFEMEL, FMB