Profissionais estão no limite com as precárias condições de trabalho e ameaças constantes
Na tarde desta terça-feira (01/02), os médicos obstetras do Hospital da Mulher do Recife (HMR) reuniram-se em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) híbrida com representantes do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) – a presidente Claudia Beatriz Andrade, o vice-presidente, Walber Steffano, o secretário-geral, Tadeu Calheiros, e os diretores Ana Carolina Tabosa, Agostinho Machado, Eraldo Arraes, Fernando Júnior, Malu David, Rodrigo Rosas e Sônia Lavínia, além do advogado da Defensoria Médica, Vinícius Calado. Na ocasião, discutiram sobre a reunião que aconteceu no último dia 26 de janeiro com gestores da unidade, das secretarias Estadual de Saúde (SES) e do Recife, além do Conselho Regional de Medicina (Cremepe).
Os obstetras mantiveram a deliberação da AGE ocorrida em 20/01, por ampla maioria, da entrega nos próximos dias de Carta de Intenção de Desligamento do Hospital da Mulher do Recife. O documento será entregue aos gestores responsáveis até a próxima sexta-feira (04). Cópias do documento serão protocoladas formalmente pela diretoria do Simepe ao Cremepe, gestão do HMR, OS do Hospital de Câncer de Pernambuco e as secretarias de Saúde do Recife e de Pernambuco.
“Estamos preocupados com a situação dos obstetras do Hospital da Mulher do Recife que não suportam mais as condições absurdas de trabalho no serviço, a sobrecarga e o número insuficiente de profissionais, as constantes ameaças e agressões. Todo esse estresse tem motivado os profissionais a não mais continuarem as suas atividades laborais no referido serviço. O HMR é a maior maternidade de alto risco e conta com equipe de médicos menor que outras unidades de referência no serviço. Precisamos de mudanças concretas e efetivas que modifiquem essa condições de trabalho”, ressalta a presidente da entidade.
Uma nova AGE acontecerá no dia 15 de fevereiro, às 17h, para dar continuidade ao movimento por melhorias.
REIVINDICAÇÕES
A categoria luta há meses pela recomposição das escalas médicas, que gera intensa sobrecarga de trabalho, inclusive impedindo o descanso garantido por lei; falta de medicamentos e insumos; os pagamentos dos salários atrasados e as condições de trabalho. Os obstetras pontuam, ainda, a dificuldade de diálogo com a gestão do HMR, as agressões verbais sofridas durante a jornada de trabalho, além da necessidade de equiparação salarial dos anestesistas e obstetras.
O Simepe segue atento para garantir as condições dignas de trabalho para os profissionais médicos e a melhor assistência para a população.
Fonte: Simepe