O presidente do Sinmed-MG, Jordani Campos Machado, visitou ontem, dia 19/01, a UPA Norte, uma das nove Unidades de Pronto Atendimento da capital mineira, que tem sofrido com a falta de médicos ocasionando sobrecarga de atendimentos; superlotação com longas filas de espera, gerando inclusive episódios de violência.
Outros problemas são os pacientes com sintomas respiratórios – sejam eles crianças ou adultos – dividindo o mesmo ambiente com os outros usuários em busca de um diagnóstico. Os médicos estão sobrecarregados, exaustos e adoentados, e a população irritada, decepcionada e sofrida.
Para alertar a população, o Sinmed-MG lançou na UPA a campanha “Juntos pela Saúde” com distribuição de folhetos aos usuários e adesivos para os médicos. O material será distribuído para as outras unidades de saúde da Prefeitura. Outra ação recente do sindicato, com grande repercussão, foi o encaminhamento de uma notificação extrajudicial para a Prefeitura de Belo Horizonte pedindo mais médicos e melhores condições de trabalho e assistência.
Segundo depoimento do presidente Jordani Campos Machado, durante a visita, janeiro já contabiliza, até agora, dia 19, o dobro do atendimentos de dezembro. Ele lembrou que com as chuvas os casos de dengue, chickungunya e zica, doenças sazonais, também tendem a proliferar.
Sobre a situação que encontrou na unidade visitada, o presidente afirmou: “Hoje na UPA Norte vimos escalas incompletas, com a falta de dois clínicos e um pediatra, e isso vem se repetindo nos plantões de urgência de todas as UPAs. O profissional que está na linha de frente está recebendo ameaças físicas, psicológicas, falta de segurança. Entendemos também que o salário está defasado, sem nenhuma correção há dois anos”.
Reforçou que a missão do sindicato é proteger a população que já sofre tanto e defender o trabalho médico com qualidade, retomando as reivindicações, expostas na notificação, por mais profissionais e condições de trabalho.
Também participaram da visita à UPA Norte a vice-presidente e o 1º secretário do Sindibel, Ilda Aparecida de Carvalho e Bruno Pedralva, e a conselheira representante do Conselho na UPA Norte. Todos descreveram a situação como “fora de controle”, defendendo um plano de contigência para implantação imediata pela Prefeitura.
Sindicato alinha quatro motivos que considera causadores dos problemas:
– Falta de médicos nas unidades de urgência: isso tem sido denunciada ao Sinmed-MG que recebe constantes queixas, principalmente em relação a falta de pediatras como já aconteceu recentemente nas UPAs Pampulha, Barreiro, Norte e Venda Nova, e que gerou sobrecarga de demanda às demais unidades e revolta por parte da população;
– A Prefeitura não autoriza aumento do número de plantonistas: esse é um fato que não se pode negar e tem acontecido há duas décadas. O Sinmed-MG destaca que equipe incompleta é a pior condição de trabalho na saúde e gera graves consequências: os médicos ficam sobrecarregados, o atendimento demora, a população fica revoltada e o caos se instala.
– É preciso fazer um diagnóstico real da saúde: se não tem médicos cadastrados no banco de currículos, certamente existem motivos reais como salários menores em relação aos outros municípios, vínculos precários que acabam afastando os profissionais da saúde e a constante violência, atrasos e faltas constantes de pagamento de plantões extras e erros de adicionais. – Falta segurança nas unidades de saúde: uma queixa antiga que continua persistindo e colocando em risco os profissionais que, ameaçados por agressores, acabam não querendo trabalhar nesses locais.
Fonte: Sinmed-MG