O presidente do Sinmed-MG, Jordani Campos Machado, realizou ontem, dia 19 de janeiro, uma reunião virtual com o Promotor de Justiça da Comarca de Belo Horizonte, Nélio Costa Dutra, para tratar de problemas relacionados às condições de assistência de saúde nas unidades de atendimento da capital mineira. Também participaram a assessora Jurídica, Paloma Marques, do escritório de advocacia parceiro; e o gerente geral do Sinmed-MG, Igor Cruz.
Na reunião, o presidente do sindicato elencou alguns dos principais problemas vivenciados hoje pelos médicos da PBH como escalas incompletas, falta de profissionais de saúde, sucateamento, agressões verbais, psicológicas e violência física e grande pressão pela superlotação das unidades. Relatou que esteve antes da reunião na UPA Norte, quando também constatou a convivência de pacientes com Covid, influenza, e todo tipo de doença num mesmo local. Manifestou-se também preocupado com a volta da zica, dengue e chickungunya, por causa das chuvas, o que vai agravar ainda mais a situação de superlotação. Disse que, apesar de tudo, a Prefeitura muitas vezes ainda responsabiliza a categoria, jogando a população contra o médico. “Os médicos também sofrem, adoecem. Estamos exaustos após dois anos de pandemia e a situação só piora”, disse.
Jordani Machado informou ao promotor que o sindicato iniciou a campanha “ Juntos pela saúde em BH” convocando a todos, inclusive população, para uma interlocução pacífica na tentativa de resolver o problema.
Lembrou que Belo Horizonte não paga o adicional Covid aos médicos; que os plantões são pagos em valor inferior a alguns municípios; e que médicos contratados temporariamente estão sem férias – “A PBH, em muitos casos, contrata por apenas seis meses, às vezes renova por outros seis, para não dar férias”. Também falou sobre a necessidade da prefeitura chamar os concursados.
Segundo o promotor, o Ministério Público já está acompanhando de alguma forma a situação das UPAs: “Vou levar as novas denúncias para dentro desses procedimentos e atualizar as diligências, para ver o que o MP pode exigir da Prefeitura”.
Ao final, o promotor afirmou que não sabia que a situação estava tão precária, manifestando-se sensível à situação. Informou que tem recebido várias denúncias de pacientes em relação às unidades de saúde: “A gente vê que o profissional entende a situação deficitária, mas fica impossibilitado de fazer alguma coisa, daí a importância de encontros como esse”.
Jordani Machado agradeceu muito a solidariedade e a disposição para o diálogo, manifestados pelo promotor, num processo que envolve principalmente a melhoria da assistência à população num bem público, missão maior do Ministério Público: “Precisamos muito do apoio de vocês”, finalizou.
Fonte: Sinmed-MG