Pelos dados do Grupo Colaborativo dos Coordenadores de UTIs de BH e pela análise sequencial dos dados dos *Boletins Epidemiológicos Diários da PBH, esta é a quarta semana (13 a 20/janeiro) desde o início da “quarta onda” relacionada à variante ômicron e se consolida o painel com as seguintes características:
– A contagiosidade é realmente impressionante e o número de casos e a velocidade de aumento é muito maior do que tudo que foi visto até então.
– Ainda não chegamos ao pico e nas próximas duas semanas o risco de uma pessoa se infectar será o maior que já enfrentamos desde o início da pandemia:
Entretanto quase todos são casos leves, com grande impacto apenas na atenção primária e nos pronto atendimentos. Mas, mesmo com poucos casos exigindo internação, esse percentual menor chega a ter impacto significativo nas enfermarias pelo grande número de infectados.
Nesta nova fase, os casos são menos graves e mesmo os que chegam à terapia intensiva, é menor o percentual dos que exigem ventilação mecânica e muito poucos casos em protocolo de prona.
Mais que pela demanda de atendimentos, o que tem mais impactado a assistência, é o adoecimento e afastamento dos próprios profissionais, desfalcando as equipes e sobrecarregando os demais profissionais.
Também tem se consolidado o modelo de assistência na mesma área dos pacientes com COVID confirmados e outros suspeitos que, em boa parte, acabam sendo identificados como casos mais graves de influenza (da epidemia paralela) ou de casos de SRAG de outras causas. Assim o percentual de casos confirmados entre os internados nos leitos COVID tem sido menor que 50% quando eram em média de 80% nos picos anteriores.
Nesta semana houve aumento significativo tanto desta ocupação dos leitos COVID, tendo dobrado o número de casos confirmados em relação à semana anterior.
Apesar do aumento rápido dos leitos disponibilizados para COVID, que já subiu de 127 para 237 nas últimas três semanas, a ocupação desses leitos aumenta rapidamente, mas existe bastante possibilidade de remanejamentos para criação de novas vagas e parece improvável uma situação de estresse por falta de vagas de terapia intensiva.
A taxa de transmissão ainda continua muito elevada. Felizmente, a média móvel de mortes ainda não mostra impacto significativo desse aumento enorme do número de casos, em parte pela cobertura vacinal, parte pela menor agressividade desta variante e em parte pelo delay que existe entre o diagnóstico do caso e o óbito naqueles casos com este desfecho.
É importante que estejamos atentos que estamos na fase mais crítica e de maior risco de transmissão, o que exige de todos uma intensificação dos cuidados de distanciamento, uso de máscaras apropriadas e bem ajustadas à face, de evitar aglomerações, higiene frequente de mãos e isolamento rápido de todos os sintomáticos e testagem desses casos, além de quarentena dos contatos próximos de casos identificados.
Fonte: Sinmed-MG