Prefeito Kalil, você não diz que “saúde é prioridade”? A situação das UPAs é grave e a falta de médicos não é recente e precisa de medidas urgentes
O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, entidade que representa a categoria médica em mais de 700 municípios mineiros e que sempre está à frente nas reuniões com gestores da saúde, não poderia deixar de se manifestar em relação aos últimos acontecimentos nas UPAs de Belo Horizonte, nesse final de dezembro/2021 com tumulto após os pacientes reclamarem da demora no atendimento.
Em entrevista coletiva, o secretário municipal de saúde, Jackson Machado atribuiu o caos das UPAs à falta de profissionais. Segundo ele, a capital tem 636 vagas ociosas. Desse total, 158 seguiriam para a rede de urgência. E ele disse que “não há profissionais cadastrados no banco de dados da prefeitura, para que possam assumir esses postos de trabalho”.
Por que isso está acontecendo? Sinmed-MG aponta alguns motivos para o caos nas UPAs
– Falta de médicos nas unidades de urgência: isso tem sido denunciada ao Sinmed-MG que recebe constantes queixas, principalmente em relação a falta de pediatras como já aconteceu recentemente nas UPAs Pampulha, Barreiro, Norte e Venda Nova, e que gerou sobrecarga de demanda às demais unidades e revolta por parte da população;
– A Prefeitura não autoriza aumento do número de plantonistas: esse é um fato que não se pode negar e tem acontecido há duas décadas. O Sinmed-MG destaca que equipe incompleta é a pior condição de trabalho na saúde e gera graves consequências: os médicos ficam sobrecarregados, o atendimento demora, a população fica revoltada e o caos se instala.
– É preciso fazer um diagnóstico real da saúde: se não tem médicos cadastrados no banco de currículos, certamente existem motivos reais como salários menores em relação aos outros municípios, vínculos precários que acabam afastando os profissionais da saúde e a constante violência, atrasos e faltas constantes de pagamento de plantões extras e erros de adicionais.
– Falta de segurança nas unidades de saúde: uma queixa antiga que continua persistindo e colocando em risco os profissionais que, ameaçados por agressores, acabam não querendo trabalhar nesses locais.
O Sinmed-MG destaca que está agendada uma reunião essa semana com a gerência de urgência e espera que não seja adiada mais uma vez como aconteceu anteriormente em outras situações. Não se pode fechar os olhos para a situação.
Nossa pressão vai continuar pois se Kalil diz que saúde é prioridade, por que não realizar ações efetivas e nos ouvir, quando estamos reunidos com a gestão?
Diretoria do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais- Sinmed-MG
Fonte: Sinmed-MG