O Conselho Nacional de Saúde (CNS), debateu em reunião na quinta-feira (13/02), em Brasília, a Política de Aids no Brasil. O presidente da Federação Médica Brasileira (FMB), Casemiro dos Reis Junior, representou a Entidade no encontro.
Dados apresentados pelo Ministério da Saúde mostram a ampliação e o melhoramento do programa entre 2008 e 2018. Nesse período, 2.500 mortes por Aids foram evitadas.
“O Brasil tem um dos melhores programas de Aids do mundo e o impacto da Emenda Constitucional 95 (EC 95/2016) no orçamento tem preocupado. Debater o assunto é fundamental para buscarmos solução para que não haja retrocessos”, declarou o presidente da FMB.
Atualmente cerca de 966 mil pessoas vivem com Aids no Brasil (1980 a 2019), sendo que 135 mil não sabem que estão infectadas. A taxa de detecção é maior entre homens. São 23 para cada 10 mulheres. Os homens entre 15 e 25 anos são os que mais contraem o vírus. Ao mesmo tempo, a taxa de transmissão vertical (da mãe para o filho no momento do parto) reduziu na década referida. Os dados mostram que foram 350 infecções evitadas em crianças.
A reunião do CNS também tratou sobre o cenário do novo modelo de financiamento da atenção primária à saúde. Muitos municípios estão com dificuldades no cadastramento da população e devem enfrentar dificuldades com a distribuição de verbas. “Os municípios pequenos, com menor estrutura administrativa, são os mais impactados com 20% do cadastro realizado, mas os grandes centros também apresentam dificuldades e alcançaram no máximo o cadastro de 70% da população”, comenta Casemiro.
Na sexta-feira (14/03) o Conselho discute impactos na saúde causados pelo vazamento de óleo no mar, medidas de prevenção ao novo coronavírus e organiza a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena.