Os resultados dos exames clínicos realizados no Hospital Ouro Verde, em Campinas, estão demorando até 15 horas para ficarem prontos, segundo denúncia feita ontem por um grupo de ao menos dez médicos. A demora poderia inviabilizar atendimentos e a internação na unidade hospitalar.
Segundo eles, exames clínicos que precedem o diagnóstico e embasam o tratamento estão sendo realizados em São Paulo, já que o laboratório contratado este mês (Dasar), ainda não dispõe de todos os equipamentos. De acordo com eles, há registros de demora variando entre 8h e 15h.
Em ofício encaminhado à direção técnica do hospital, ao CRM e ao MP, os profissionais alertam “para a necessidade de medidas urgentes protetivas dos pacientes e da equipe médica e de enfermagem, pois estamos totalmente desassistidos”, diz o documento.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Casemiro Reis, disse que a entidade acionou o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado) e pediu uma vistoria. Além disso, vai pedir que a entidade se posicione sobre as internações no hospital. “Sem exames, não podemos nos responsabilizar pelos tratamentos”, disse Reis.
Outro lado
Marcos Pimenta, coordenador da rede Mário Gatti que é responsável pelo Ouro Verde, nega que os problemas estejam na proporção denunciada pelos médicos.
Segundo ele, só os exames não urgentes – como febre amarela ou dengue, por exemplo – estão sendo feitos na Capital. Pimenta diz que análises como gasometria, sódio, potássio ou glicemia, estão sendo feitos em laboratório instalado no Ouro Verde. Segundo ele, a média de demora nos exames caiu 4h40 quando do início de operação do novo fornecedor, para 3h53.
“Exame de troponina (para detecção de infarto) por exemplo, leva no máximo meia hora”, garante ele. Para Pimenta, falar em restrição das internações é uma “inconsequência”.
Segundo ele, esse tipo de discussão está contaminada pelas negociações em torno do pagamento de ativos trabalhistas deixados pelas duas gestoras anteriores, SPDM e Vitale Saúde.
Fonte: Blog da Rose
Foto: Sindmed Campinas