Hospital Regional de Araranguá, no Sul do estado, voltou a funcionar por volta das 19h desta quinta-feira, 18 de janeiro, depois de 40 dias. O Instituto Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas), que agora administra a unidade, afirmou que todos os setores estão atendendo: Unidade de Terapia Intensiva (UTI), centro cirúrgico e clínica médica.
A unidade estava sem funcionar normalmente desde 9 de dezembro, quando trabalhadores fizeram greve por causa dos salários atrasados. Em seguida, houve impasses relacionados à troca de gestão do hospital, antes feita pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
Desde 20 de dezembro, os funcionários recebem os salários pelo Instituto Ideas. Após a troca de administração, houve impasse entre os trabalhadores e a nova empresa, até que houvesse um acordo.
Discordâncias
Porém, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Criciúma e região (Sindisaúde) afirmou nesta quinta que o pacto entre os funcionários e o Instituto Ideas ainda não foi assinado. “O Ideas não vem cumprindo o acordo. Era para contratar 360 trabalhadores que eram do quadro anterior, mas contrataram 315”, afirmou o diretor do Sindisaúde Cleber Ricardo da Silva Candido.
“Há bastante problemas na contratação, reclamação com o valor do salário, que diminuiu em média 20%”, continuou o diretor. Ele afirmou também que a jornada de trabalho durante o dia foi mudada e que há discriminação com os funcionários mais atuantes durante a greve.
O Instituto Ideas afirmou em nota sobre o acordo que “O Ideas recebeu a minuta, fez suas considerações e a devolveu ao sindicato. O sindicato, por sua vez, não retornou com suas posição quanto às considerações do Ideas, preferindo fazer uma nova reunião para discussão. O Ideas entende que as questões estão postas e a questão deve ser resolvida em termos de redação jurídica-contratual”
Sobre os vencimentos dos funcionários, o Ideas disse em nota que “Não houve diminuição de salários. É importante ressaltar que o Ideas está iniciando os contratos com os trabalhadores neste momento, de modo que não faz sentido falar em diminuição salarial. O sindicato tem por base os valores e jornadas praticados pela SPDM durante o contrato de gestão que foi rescindido. Esses pontos eram irreais para a realidade da região e certamente foram um dos fatores que evidenciaram a deficiência da gestão realizada por aquela entidade”.
Em relação às jornadas de trabalho, o instituto diz que “não foram objeto do acordo e que está adotando o padrão de mercado”. Por fim, afirmou que “não há discriminação. Os trabalhadores em questão não foram aprovados no processo seletivo em que se inscreveram para funções com mais candidatos do que vagas. De qualquer forma, o Ideas abriu um novo processo seletivo, também destinado àqueles que já trabalhavam no HRA [Hospital Regional de Araranguá] para buscar preencher as 360 vagas acordadas com o sindicato”.
Fonte: G1
Foto: DNSUL