A falta de condições para o exercício da medicina levou os médicos do Hospital Bom Jesus, de Taquara, a definirem a suspensão por tempo indeterminado dos atendimentos eletivos, mantendo apenas urgência e emergência funcionando. A decisão foi tomada em reunião de corpo clínico, realizada no dia 5 de setembro, com participação do SIMERS, e será mantida até que as irregularidades sejam sanadas. A medida, que passa a valer a partir de hoje (11/09), é uma resposta à falta de insumos e ao desabastecimento constante da farmácia, condições que já se tornaram rotina na administração do Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), responsável pela gestão da unidade desde abril de 2016. Outro problema é a dificuldade no fechamento das escalas, pelo número insuficiente de profissionais, o que gera sobrecarga.
“A ausência de condições mínimas expõe não só o médico, mas também a população que busca o hospital. A definição do corpo clínico de suspender os atendimentos eletivos é justamente uma forma de não se mostrar conivente com essa realidade e de lutar por melhorias, por mais dignidade. Não podemos permitir que essa situação permaneça”, defende a diretora da entidade médica Gisele Lobato.
Além disso, as remunerações dos médicos já estão atrasadas há quatro meses, sem qualquer perspectiva de regularização por parte do Isev. O grupo reclama ainda da falta de transparência na aplicação dos quase R$ 2 milhões recebidos mensalmente pelo Instituto para fazer a gestão do Hospital Bom Jesus.
fonte: Simers