Médicos da UPA Nordeste, em Belo Horizonte, Minas Gerais, prometem paralisar as atividades na próxima terça-feira. 18 de julho. A decisão foi tomada em reunião na noite dessa quarta, depois que mais um profissional da saúde foi agredido na unidade, localizada no Bairro São Paulo. Este foi o quinto caso de violência registrado no local apenas nesta semana.
Uma médica que trabalha na UPA descreveu a rotina de medo e reclamou das condições precárias da unidade. “A gente mudou a sede da UPA Nordeste recentemente, a gente foi para uma região que é uma área de risco. Os guardas municipais saíram, então não temos mais segurança na porta igual a gente tinha antigamente. A entrada é uma grade baixa, então, qualquer paciente que chega à noite e fala ‘eu quero entrar’, o porteiro, como está sozinho, de peito aberto, sem arma, sem condição, ele deixa todo mundo entrar”, disse a profissional, que não quis se identificar.
A situação das UPAs e dos centros de saúde da capital foi tema de reunião na noite passada no Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed). Ariete Araújo, diretora do órgão, voltou a cobrar providências da prefeitura, que, segundo ela, vem adiando soluções para os problemas de infraestrutura e segurança.
“O Sindicato dos Médicos já fez várias notificações à prefeitura. A gente tem questionado a prefeitura a respeito da retirada da Guarda (Municipal), já fizemos até uma notificação extrajudicial e a resposta da prefeitura é que o prazo dado pelo sindicato de 30 dias é muito curto. Mas não é este o prazo. O prazo é desde o ano passado, a gente está cobrando isso também. A gente está pedindo a volta da segurança, escalas completas e condições de trabalho”, pontuou.