Hospital Regional de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, voltou a realizar consultas ambulatoriais na quinta-feira, 1º de junho. O serviço havia sido suspenso devido a atrasos nos repasses feitos pelo governo do estado. Porém, as cirurgias eletivas (agendadas), que foram suspensas em março deste ano, continuam sem ser realizadas. A informação foi dada pela direção da unidade de saúde. A Federação Médica Brasileira (FMB), FMB fez uma nota de apoio aos médicos de sorriso
No final de semana, o governo do estado afirmou ter repassado R$ 67 milhões dos R$ 162 milhões que estaria devendo às unidades regionais. A direção do Hospital Regional de Sorriso afirmou, nesta semana, novos repasses foram feitos para a unidade, mas não informou os valores ou o valor atualizado da dívida.
A unidade é uma das consideradas em situação mais crítica, segundo um relatório divulgado na quarta-feira, 31 de maio, pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MT). Na semana passada, o médico Roberto Satoshi, que era diretor técnico do hospital, chegou a chorar durante uma coletiva em que apontava a precariedade da unidade de saúde. Dias depois, ele deixou o cargo.
Segundo o CRM-MT, a fiscalização no hospital apontou problemas na estrutura física e elétrica, sala de recuperação de endoscopias inadequada, equipamentos sem manutenção adequada e lavanderia funcionando só em 30% da capacidade por falta de pagamento, ou seja, sem atender a demanda, o que contribui para a suspensão de cirurgias eletivas.
Durante a entrevista concedida na semana passada, o ex-diretor Roberto Satoshi chegou a relatar que a dívida já estava prejudicando a alimentação na unidade, com funcionários racionando alimentos para não faltar comida aos pacientes.
Além disso, neste ano, um farmacêutico do hospital também encaminhou um comunicado interno à direção da unidade relatando a falta de medicamentos. No documento, o funcionário afirma que o estoque de seis remédios, entre antibióticos e medicamentos usados em parto, estava zerado.