Que as unidades de saúde da capital mineira passam por um momento dramático na atualidade, é uma realidade conhecida pelos médicos e toda sociedade. Mas nas unidades de urgências (UPAS) essa situação está se tornando latente e cada vez mais difícil de enfrentar: estruturas físicas precárias, falta de segurança, medicamentos e materiais básicos, além de equipes médicas incompletas. Essas foram as constatações do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) durante visitas realizadas, neste primeiro semestre do ano, nesses locais.
O projeto do sindicato “Sinmed in loco” percorreu as nove UPAS da capital para conhecer a realidade do trabalho dos profissionais que estão na linha de frente enfrentando dificuldades e problemas ainda não solucionados. Além disso, atende à demanda dos médicos destas unidades que procuram sua entidade representativa, o Sinmed-MG, para ser o canal de negociação com a gestão.
Principais problemas que afetam as UPAS e geram transtornos à população
A precariedade traz reflexos graves tanto para os pacientes quanto os profissionais médicos. Situações comuns nas unidades e constatadas nas visitas são a superlotação nas urgências, escalas incompletas e sem especialistas, falta de medicamentos como antibióticos e materiais como kits para laboratório, abaixador de língua, dentre outros.
A falta de profissionais para atender a demanda é outra realidade que afeta diretamente a população: pacientes continuam esperando por atendimento há mais de 5 horas nas UPAs e muitos deles, ficam acomodadas no chão, pois não há leitos suficientes.
A transferência de pacientes para hospital é também um problema sério, já que eles ficam à espera de vagas de leitos, durante muito tempo nestas unidades. Segundo relato de médicos plantonistas, a transferência, após solicitada, demora horas para ser atendida, às vezes dias.
Mais um fator preocupante e já destacado pelo Sinmed-MG é falta de segurança: nas UPAs, a queixa maior é quanto a ausência de funcionários neste setor, principalmente no período noturno, colocando em risco os profissionais que trabalham ali e os próprios pacientes.
Sinmed-MG exige providências e toma medidas para mudar a situação
A prefeitura, após admitir o caos nas unidades de saúde, no início do ano, informou que seriam investidos R$ 2 milhões nas reformas das UPAs como uma das medidas da nova gestão. Entretanto, até o momento, ainda não conseguimos assegurar que elas estejam acontecendo e a população continua sendo a vítima, juntamente com os médicos, deste cenário tão caótico.
A entidade, desde 2016, vem denunciando o estado de calamidade na saúde, especialmente nas UPAs e buscando apoio, junto às autoridades competentes, para mudar esta situação. Não ficamos passivos diante desta realidade e nossa missão, como entidade representativa dos médicos, é lutar e cobrar uma postura coerente e eficiente da gestão.
Por isso, o sindicato tem insistentemente cobrado da prefeitura e destaca-se aqui as inúmeras reuniões com a gestão, para negociar a pauta de reivindicações dos médicos, abordando também as situações relatadas quanto à falta de estrutura na saúde da capital mineira.
Quanto à falta de segurança nas unidades de saúde, reforçamos que o Sinmed-MG protocolou um ofício à gestão à PBH, no dia 22 de maio, para requerer imediatas providências que possam equacionar em definitivo esse problema nas diversas unidades de atendimento e estamos esperando o retorno; já que foi prometido reformas nas unidades e isso significa implica também em melhores condições na infraestrutura, materiais e insumos necessários ao atendimento.
Como entidade representativa dos médicos e defensora da saúde da população, vamos lutar para mudar esta situação e sensibilizar a gestão para promover ações que possam solucionar este grave quadro da saúde em Belo Horizonte e em todo o estado.
A entidade destaca sua indignação com a triste realidade nas urgências e não compactua com este cenário. Buscamos a força e mobilização dos médicos e população como ferramentas para realizar mudanças na saúde já.