O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), diante das constantes denúncias sobre falta de estrutura dos hospitais públicos do estado e após visitas realizadas em alguns deles, posiciona-se contra esta situação e mostra suas ações contra as mazelas na saúde.
Neste primeiro semestre, o sindicato esteve presente em hospitais como HPS João XXIII, HIJP II, dentre outros. A iniciativa faz parte do projeto “Sinmed in loco” que visa conhecer de perto a situação nas unidades de saúde, atendendo às demandas dos médicos e da própria população para tomar providências urgentes.
Constatações tristes e reais
As péssimas condições nas estruturas físicas destacam-se como um dos principais problemas: faltam condições mínimas e adequadas para atender os pacientes, salas de descanso médico e ambientes de trabalho insalubres.
Além disso, os hospitais possuem infraestrutura antigas, são sucateados, têm equipes médicas desfalcadas sem substituição de profissionais em férias, licenças, aposentadorias e em casos de mortes.
Nos últimos dias, a imprensa noticiou possível fechamento de um desses hospitais; o Alberto Cavalcante, da rede FHEMIG. Embora a fundação tenha negado esta possibilidade, o hospital, caracterizado por diversos problemas estruturais é mais um exemplo que revela as mazelas da saúde em Minas Gerais.
Questionamento
Diante deste quadro, nossa preocupação vai muito além: o que será feito para mudar este cenário da saúde? Onde são aplicados os recursos destinados à saúde?
Relatório apresentado pelo Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (CONASEMS), durante plenária, dia 11 de maio no CRMMG e na qual o Sinmed-MG participou, mostrou que o governo aplicou somente 8% de seus recursos em saúde no ano de 2016. Somado a isso, a dívida com os municípios do Estado na área de saúde é de mais de R$, 1,5 bilhão.
As ações do Sinmed-MG contra esta situação
Em busca de uma solução para os hospitais administrados pelo governo do estado, a diretoria do sindicato tem reunido com a SEPLAG para discutir esses problemas apontados e outros importantes pontos como reposição de médicos, concurso público e a retomada dos direitos dos servidores.
A gestão se comprometeu a enviar uma resposta ao Sinmed-MG até o final de abril, mas até agora nada. Mas o sindicato continua aguardando uma resposta oficial.
Além disso, o diretor-presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Fernando Mendonça, reuniu-se, em abril, com o promotor de Justiça e coordenador do CAO Saúde – Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde, Gilmar de Assis e apresentou os maiores problemas constatados na saúde, incluindo também a redução do número de leitos e pedindo apoio para mudar esta situação.
O que era um prenúncio agora é realidade em face do descaso do governo e da falta de providências para mudar esta situação tão triste na saúde dos hospitais do estado.
Como entidade representativa dos médicos e defensora da população, queremos mudar esta situação e sensibilizar a gestão para promover ações que possam solucionar este grave quadro em todo o estado. O Sinmed-MG destaca sua indignação diante da falência da saúde pública no estado e vai tomar outras providências para mudar este cenário.