secretário adjunto de Saúde do Governo de Minas, Nalton Moreira, afirmou que o Estado não tem dinheiro suficiente para retomar as obras do Hospital Público Regional, paradas há vários meses em Divinópolis. A afirmação contradiz a previsão feita pelo Estado de finalizar a obra em dezembro deste ano.
O secretário adjunto da pasta estadual descartou a possibilidade de entregar o serviço até o fim do ano. “Neste momento não há previsão para concluirmos o Hospital Público Regional porque estamos passando por uma crise institucional do Brasil. Em Minas Gerais, não é diferente. Nós optamos por primeiro manter os serviços já existentes“, argumentou.
A declaração foi dada durante evento de inauguração da Sala Vermelha no Hospital São João de Deus (HSJD). Ele ressaltou que os últimos recursos que o governo mineiro tinha para investir na saúde no Centro-Oeste já foram aplicados.
“Nós pegamos o São João de Deus em uma situação de insolvência, praticamente quebrado. Nossa opção foi fazer um trabalho de gestão por meio uma intervenção, de custeio e colocação de recursos nesse hospital que já existe há muitos aos e é importantíssimo para toda a região“, acrescentou.
Nalton Moreira também disse que a prioridade do governo de Fernando Pimentel (PT) é a sobrevivência do HSJD. “Pretendemos dar, primeiro, uma condição de sobrevivência ao hospital. Ele fará um serviço que não vinha ocorrendo. No momento, não temos recurso para o Hospital Regional e não temos previsão de quanto teremos”, concluiu.
A placa instalada no canteiro de obras diz que o valor da obra seria de R$ 47,8 milhões. Já o Governo de Minas estima que o custo total seja de R$ 99 milhões e afirma que já repassou R$ 63 milhões. Já a Comissão de Saúde da Câmara estima que já tenham sido gastos R$ 150 milhões na obra e que ainda faltem outros R$ 100 milhões para a conclusão.
O vereador Delano Santiago (PMDB), presidente da Comissão, disse que a obra da Sala Vermelha no HSJD atrasou a do Hospital Regional. “Ao mesmo tempo em que tem que acabar de construir o hospital público para a macrorregião, instalaram aqui também o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sem sala vermelha. Eles não tinham dinheiro para acabar os 15% que faltam no hospital público ou para liberar a Sala Vermelha para pôr o Samu para funcionar“, contou.
A Prefeitura de Divinópolis informou que aguarda novos recursos do Estado para continuar a obra.