O clima é de indignação entre os médicos da rede pública de Osasco. O motivo é que, em reunião do Conselho Municipal de Saúde, no final de março, a secretária adjunta de Saúde do município, Rina Bissolati, chamou os médicos da cidade de “cambada de vagabundos que não querem trabalhar”. O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) repudia a fala desrespeitosa de Rina contra os profissionais que se dedicam diariamente à saúde dos munícipes. Durante reunião ordinária com os médicos da Atenção Primária à Saúde (APS) de Osasco, a coordenação da APS também assinalou discordar da postura da secretária adjunta
“A categoria médica é a linha de Frente do Sistema Único de Saúde (SUS), somos nós que lidamos com os pacientes de Osasco e o mínimo que a gestão deve fazer é nos tratar com respeito”, pondera Eder Gatti, presidente do Simesp.
Ainda durante a reunião com os médicos da APS, os profissionais expuseram que enfrentam problemas em seus locais de trabalho como falta de medicamentos, de água (precisam levar de casa), tetos não hipermeabilizados e com goteiras, ameaças de transferências arbitrárias, falta de estrutura etc. “A saúde de Osasco está desestruturada, por essa razão o Simesp propôs a criação de uma comissão formada por médicos da própria rede, um representante por unidade, que se reuniria para sistematizar os problemas da rede de saúde de Osasco e negociar soluções para os gestores”, explica Gatti. Além disso, a ideia é solicitar reunião periódica com o secretário de saúde para discutir os problemas, com o objetivo de estabelecer uma ponte de diálogo com a gestão e tentar superar os problemas.
Outra proposta do Simesp é pleitear uma vaga de um representante médico no Conselho Municipal de Saúde para defender os interesses da categoria e dar o ponto de vista técnico dos médicos nas reuniões. “A ideia é de assumir protagonismo nas políticas de saúde de Osasco, pleiteando um espaço de diálogo com a gestão”, finaliza o presidente do Simesp.