Médicos da Unidade de Pronto Atendimento de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte estão em greve desde sexta-feira, 14 de abril. Quem procurou por ajuda teve que voltar para casa.
“A vizinha passou mal. Tive que trazer ela agora e essa vergonha total. Ninguém aqui. Vazio. Não tem médico, não tem nada. Um descaso com a população”, disse o corretor de imóveis, Marco Aurélio Passos.
A unidade em Justinópolis é referencia pra casos de urgência como o da aposentada Aparecida Rocha. Com dores por causa de um problema no intestino, ela não chegou nem na porta da triagem.
“A dor é demais. Eu estou aqui até tonta de tanta dor”, chorou.
Os médicos da UPA entraram em greve porque não recebem salário desde janeiro. O atendimento é precário porque enfermeiros de plantão estão dando prioridade a quem já estava internado.
Apesar do aviso de paralisação na fachada da unidade, tem gente que pede socorro mesmo assim, principalmente quem chega com paciente passando mal.
Uma mulher, portadora de deficiência, chegou carregada nesta manhã. Ela chegou a ser liberada, mas pouco depois passou mal e foi deixada no chão. Um homem que estava aguardando atendimento chamou por ajuda.
“Deixar uma mulher dessa jogada no chão, sem um medico, sem um profissional para atender. Não tem condição uma coisa dessa não. Não tem nem palavra não”, disse.
A prefeitura da cidade informou que o pagamento dos médicos, que é feito por meio da Instituição De Cooperação Intermunicipal do Médio Paraopeba (Icismep), está em dia e não há débito. Ela afirmou que cabe ao consórcio fazer o repasse aos profissionais. Por isso, a prefeitura informou que não reconhece o movimento de greve e vai tomar as medidas jurídicas cabíveis.
Segundo a Icismep, o município tem uma dívida de R$ 2,2 milhões com a instituição e a questão será levada à Justiça.