Os médicos da rede municipal de saúde de Uberlândia iniciaram greve por tempo indeterminado na manhã de segunda-feira, 20 de fevereiro. A categoria pede a regularização de pagamentos atrasados como 13º referente a 2016 e os salários de dezembro do mesmo ano. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), os atendimentos à população não serão afetados.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o atendimento nas unidades está dentro da normalidade, não havendo prejuízos à população. Reiterou, ainda, que a Prefeitura de Uberlândia que desde quando a nova gestão assumiu, em janeiro de 2017, tem trabalhado para solucionar a grave dívida deixada pela administração anterior, que gira em torno de R$ 60 milhões referente às questões salariais.
A atual administração está e continuará com os salários em dia no exercício de 2017. Inclusive, o pagamento de fevereiro será feito antes do vencimento. Em relação aos salários atrasados da gestão anterior, a atual administração reforça que está estudando a melhor forma de fazer a reposição salarial, preservando os atendimentos essenciais à população.
A greve foi deflagrada durante assembleia geral realizada no dia 24 de janeiro na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais. Na ocasião, os médicos presentes votaram a favor da greve em virtude dos pagamentos atrasados, incluindo férias, e da falta de depósitos do Fundo de Garantia.
O movimento grevista iniciou às 7h desta segunda e o atendimento na rede será feito de forma integral dentro dos padrões éticos da profissão, o que muda são apenas os procedimentos internos nas unidades de saúde. Ainda segundo o Sinmed-MG, a classe busca mais dignidade no trabalho médico e, consequentemente, mais qualidade no serviço prestado à população.
Segundo a médica e diretora do Sinmed-MG em Uberlândia, Telma Fernandes de Souza, o movimento é uma forma de despertar a atenção do Município para a situação dos profissionais.
“O médico está trabalhando sempre além das possibilidades. Não faz horário de almoço, intervalo e estamos com pagamentos atrasados, além de FGTS e INSS descontados na folha e sem ser depositados. Muitas vezes faltam medicamentos e insumos para realizar determinados exames. Vamos fazer tudo certo ao paciente, mas no que interfere à gestão de procedimentos das unidades, nós não vamos fazer. Se o paciente precisar ficar mais tempo internado, por exemplo, ele vai ficar”, disse.
Os atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde serão realizados conforme agendamento prévio, porém os atendimentos de “encaixe” não serão efetuados durante o período de greve.
Fonte: G1