Entre cada aperto de mão, abraço e sorriso estão inúmeras histórias de uma amizade cultivada há cinco décadas. Um grupo de médicos de Curitiba se reuniu na Boca Maldita, no Centro da cidade, na segunda-feira, 17 de janeiro, para celebrar os 50 anos do dia em que foram aprovados no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
“É espetacular você manter uma chama viva de amizade, uma fraternidade muito grande. Nós estamos todos de cabelinhos brancos, e os abraços vão ficando cada vez mais apertados. A gente tem essa amizade de irmão, mesmo que a gente não veja o colega há muitos anos, a amizade não se altera nada. Parece até que fica mais forte”, tentou resumir Carlos Renato d’Avila.
Em 1967 este laço começou a se estreitar, e os votos desta união dos então estudantes e hoje médicos experientes são renovados de cinco em cinco anos, quando eles organizam um grande encontro para colocar o papo e dia.
Discussões sobre trabalho não são bem-vindas. “O assunto trabalho é quase proibido. A gente fala dos acontecimentos da época de faculdade, muito da família, é muita abobrinha, as mesmas histórias de sempre”, brincou Carlos Renato d’Avila.
Não importa o tempo passado – estar um ao lado do outro no local onde a vida profissional, e por que não também a pessoal, começou a ser traçada é emocionante a ponto de a voz embargar.
“Desculpa, estou eufórico, ansioso… É uma mistura de várias emoções neste momento”, confessou Armando Salvatierra, que vestia a camiseta do Diretório Acadêmico de Medicina Nilo Cairo (DANC).
O corpo não é mais o mesmo, e o boné ficou um pouco pequeno. Mas está tudo bem, tudo muito bem. Como disse Pereira, ele ficou mais inteligente nestes anos.
“Que saudade, que tempo bom. Na verdade, continua sendo. Depois de 50 anos, um curso de medicina de sete, mais três de residência e 40 anos de trabalho foram fantásticos. Tudo isso foi fantástico”.
A turma tinha mais de 200 alunos, sendo que 20 eram mulheres.
“A gente era 10%, mas 10% muito atuante, guerreiras, todas muito estudiosas. A gente levava a turma, era muito gostoso”, contou Rosangela Tironi.
Ela demonstra satisfação em relação ao aumento no número de mulheres nas universidades e no mercado de trabalho. “Nossa, quando a gente vê o resultado do vestibular, mais de 50% são mulheres. As mulheres conseguiram nestes últimos 50 anos se estabelecer no mercado”, disse Tironi.
Para ela, estar entre os colegas de universidade é voltar a ser adolescente.
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Fonte: G1