O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira, 18 de janeiro, a morte de sete pessoas por febre amarela em Minas Gerais. O ministério afirmou que recebeu os exames com o diagnóstico do Instituto Evandro Chadas, do Pará.
A pasta informou ainda que detalhes sobre as vítimas, como idade, onde mora, se foi vacinado ou não, devem ser divulgados somente durante a tarde após conversa com o governo de Minas Gerais.
Balanço da Secretaria Estadual de Saúde de Minas, divulgado nesta terça, 17, aponta 184 casos casos suspeitos de febre amarela notificados, com 47 mortes suspeitas da doença em 29 municípios. Dessa total, 37 pacientes são considerados como portadores da doença.
A vacinação imediata contra febre amarela deve ser, preferencialmente, a pessoas que vivem em áreas rurais dos municípios com casos suspeitos e a pessoas que nunca se imunizaram contra a doença.
O infectologista pediátrico Roberio Leite, professor-adjunto da Universidade Federal do Ceará, afirma que a vacina é a única forma eficaz de evitar a proliferação da febre amarela. De acordo com o médico, apesar de o vírus ser característico de áreas silvestres, ele pode avançar para regiões urbanas –não há casos urbanos no país desde 1942.
“Quando a área urbana fica próxima à rural, muitas vezes o vírus pode entrar e passar a circular. A única maneira de evitar isso é com uma boa cobertura vacinal“, diz.
Quase toda a área do Brasil afastada do litoral é considerada de risco de contágio de febre amarela pelo Ministério da Saúde. A indicação é de que duas doses da vacina ao longo da vida são necessárias para imunização permanente e que a ela deve ser aplicada até dez dias antes da viagem.
VACINA EM SÃO PAULO
O aumento do registro de casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais elevou a preocupação de quem vai viajar para o Estado, causando um crescimento da procura por vacinas contra a doença na cidade de São Paulo. A Secretaria Municipal da Educação, da gestão João Doria (PSDB), disse que o número de doses aplicadas em dezembro do ano passado cresceu 13% em relação ao mesmo mês de 2015.
Nesta terça, 17, a reportagem procurou 30 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de todas as regiões da capital que são referência para aplicação da vacina e todas relataram maior procura pela imunização.
Sete delas disseram não ter doses até a tarde de ontem, e a maioria dos outros postos de saúde afirmou que a aplicação da vacina estava restrita a quem fosse viajar para áreas de risco. Na UBS Cangaíba (zona leste), por exemplo, funcionários disseram que é necessário até apresentar a passagem.
A Secretaria Municipal da Saúde afirmou, por meio de nota, que não faltarão doses de vacina contra a febre amarela na capital, mas pediu que apenas quem for viajar a áreas de risco procure as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para a imunização.