O mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus também está sendo considerado o principal responsável por espalhar o vírus Mayaro. Identificado pela primeira vez em 1954, ele existe em zonas silvestres aos redores da região Amazônica. Conforme noticia divulgada no portal G1, nas últimas semanas, pesquisadores da Flórida o identificaram no Haiti, em um menino de 8 anos, com febre e dores abdominais. Concluiu-se, portanto, que este vírus pode estar se espalhando pelo continente.
O grande problema é que este vírus possivelmente tenha se adaptado. Antes era transmitido apenas por mosquitos vetores silvestres e agora – segundo o portal – pode ser transmitido por vetores urbanos que já estão espalhados pelo mundo: Aedes aegypti principalmente, e o Aedes albopictus. Se isso se confirmar, há muitas razões para nos preocuparmos, uma vez que o Aedes está fortemente presente em todo o território nacional.
Os sintomas da Febre do Mayaro são muito parecidos com os da dengue ou chikungunya. Começa com febre e cansaço, sem outros sinais aparentes. Logo após, podem surgir manchas vermelhas pelo corpo, acompanhadas de dor de cabeça e dores nas articulações. Os olhos podem doer e, em alguns casos, reporta-se intolerância à luz. São características parecidas e por isso as doenças podem ser facilmente confundidas. No entanto, no Mayaro as dores e o inchaço das articulações podem ser mais limitantes e levar meses para passar.
Até o momento não há vacina ou tratamento específico. O tratamento é dirigido ao alívio dos sintomas. A evolução, em geral, é bastante favorável, por isso é muito importante procurar um médico assim que algum sintoma aparecer.
Casos no Brasil
Entre dezembro de 2014 e junho de 2015 foram confirmados 197 casos de febre do Mayaro nas regiões Norte e Centro-Oeste, com destaque para os estados de Goiás, Pará e Tocantins. Todas estas pessoas moravam ou estiveram em área rural, silvestre ou de mata por atividades de trabalho ou lazer. O Estado de Goiás registrou 66 casos até fevereiro de 2016 e o Datasus não possui dados atualizados deste ano. Importante salientar que, no Brasil, a transmissão desta doença limita-se a regiões de mata. Não há relatos, até o momento, de transmissão urbana.
Proteção
Evitar as picadas são uma forma eficiente para garantir proteção. Isso pode ser feito com telas nas janelas, mosquiteiros nas camas, principalmente nos berços dos bebês pequenos e repelentes de mosquitos. Vale reforçar que os repelentes indicados pela Organização Mundial de Saúde são a Icaridina, o DEET e o IR 3535. Também é preciso não deixar água parada nos vasos de flores, pneus, caixa d’água e piscinas descobertas. Esses locais são os favoritos para a reprodução do mosquito.
O Aedes vive só 45 dias, voa no máximo em um raio de 300 metros de onde nasceu e, para transmitir uma doença, precisa que picar primeiro uma pessoa contaminada para depois picar uma suscetível.
Fonte: Simers