Médicos da rede municipal de saúde de Esmeraldas, em Minas Gerais, paralisaram as atividades na segunda-feira, 28 de novembro. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), a paralisação, prevista até a manhã da próxima quarta, ocorre em protesto aos salários atrasados de setembro e outubro.
Ainda segundo o Sinmed-MG, a decisão foi votada pela categoria durante assembleia no último dia 22 de novembro. Além do atraso nos pagamentos, falta condições de trabalho para atender os pacientes, conforme a categoria.
O diretor de saúde pública do Sinmed-MG, Samuel Pires, disse que os médicos vão se reunir na noite desta terça para discutir as próximas decisões sobre o movimento. “Os médicos trabalharam, compareceram aos plantões normalmente. Eles não estão pedindo nada além do que é deles de direito, ou seja, pagamento de salário”, afirmou.
O sindicato informou que tenta negociar o pagamento dos salários com a prefeitura da cidade e disse que denunciou a situação ao Ministério Público. A assessoria do órgão informou que foi instaurado um procedimento na Promotoria de Esmeraldas para apurar a causa do atraso dos salários. O site G1 entrou em contato com prefeito Glacialdo de Souza (PT), mas ele não foi encontrado nesta manhã.
O Sinmed-MG afirmou que os atendimentos de urgências e emergência serão mantidos na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o sindicato, faixas foram colocadas nos hospitais para informar a população.
Na última semana, os enfermeiros já haviam paralisado as atividades, mantendo uma escala de trabalho de 30%. A paralisação é por tempo indeterminado e também questiona salários atrasados.
Na ocasião, a prefeitura informou que realiza parcelamento dos salários desde setembro e que, neste momento, há atraso no pagamento de uma parcela referente ao mês de outubro.
Crise no município
No último dia 22, o prefeito Glacialdo de Souza afirmou ao G1 que a crise financeira no município era “gravíssima”. Prédios da prefeitura estão com os telefones cortados por falta de pagamento. A cidade, a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte, enfrenta uma crise financeira e acumula dívida de R$ 222.454,95 com uma empresa de telefonia, segundo o prefeito. O problema ocorre até em equipamentos públicos essenciais, como no hospital municipal e em escolas, onde as linhas de atendimento à população não funcionam. Também não há internet nas repartições.
O prefeito afirma que a dívida vem de outras gestões e que, neste momento, um acordo está em andamento com a empresa. Segundo ele, o religamento deve ocorrer após o pagamento de uma parcela de R$ 18.537,91. O valor já foi aprovado no orçamento, mas ainda faltaria uma aprovação do credor.
Souza não informa o valor do déficit nos cofres da prefeitura e diz que o valor está em levantamento para a transição do mandato. Em setembro, o município decretou emergência financeira. Serviços como o transporte escolar também foram interrompidos por falta de pagamento.
Fonte: G1