Em uma carta de apresentação de pesquisa publicada no periódico JAMA, três cientistas dos Estados Unidos mostraram os resultados de um levantamento inédito que compara os acertos no diagnóstico de pacientes dos médicos com os chamados “symptom checkers” (“verificadores de sintomas”) — websites e aplicativos que apresentam os diagnósticos mais prováveis de pacientes a partir de um questionário sobre sintomas. Com acesso às mesmas informações, os médicos acertaram o diagnóstico em 72% das vezes, enquanto as plataformas computadorizadas tiveram acerto em 34% das tentativas.
Foram apresentados 45 pequenos casos clínicos com o histórico de pacientes, mas sem resultados de exames. Entre os “symptom checkers”, foram usados 23 aplicativos e websites. Já no lado “humano”, os resultados foram coletados na plataforma online Human Dx, em que médicos de todo o mundo testam seus acertos de diagnóstico através da descrição de casos clínicos. Entre dezembro de 2015 e maio de 2016, 234 médicos resolveram pelo menos um teste clínico, e cada teste clínico foi resolvido por no mínimo 20 doutores.
Uma equipe de três médicos checou os resultados, analisando, entre os rankings de possíveis diagnósticos (ex: 1. diabetes 2. abuso de álcool 3. infecção por HIV), os acertos na primeira colocação ou nas três primeiras causas mais prováveis. Se no acerto do primeiro diagnóstico os médicos “ganharam” de 72% contra 34%, considerando as três causas mais prováveis o acerto foi de 84% entre os médicos e 51% entre os diagnósticos computadorizados.
Em meio à discussão que questiona se a tecnologia poderia ser parte da solução para o erro médico, os autores de “Comparison of physician and computer diagnostic accuracy” sugerem que os humanos são muito mais eficientes no diagnóstico — mas, como não são perfeitos nisso, poderiam se beneficiar de algorítimos como uma ferramenta suplementar para suas habilidades.
Fonte: O Globo