Você conhece uma pessoa e, pouco tempo depois, esquece o nome dela. Ou então lembra da fisionomia, mas não faz a correlação de onde se conheceram e quais amigos em comum vocês têm, mas você conversa como se lembrasse de tudo. Chega no mercado e não faz ideia do que comprar. Aniversários, então, nem se fala! De quem?
Isso é corriqueiro e acontece com muitas pessoas. Mas existe uma diferença grande entre falta de atenção e perda de memória. Entre Normalidade e Patologia. Quando a informação não é armazenada, é uma simples falta de atenção. Depressão e estresse são fatores que influenciam para que ocorra.
A classe médica, por exemplo, sofre muito com a Síndrome de Bournout. “Burn” quer dizer queima, e “Out” significa exterior. Uma doença que normalmente atinge pessoas da área da saúde porque elas lidam diretamente com seres humanos e também tem influência sobre a vida deles. A enfermidade causa dificuldade de concentração e perda de memória.
Mas se enganam os que pensam que estamos piorando neste armazenamento de informações. Segundo o neurocientista e coordenador do Centro de Memória do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, Ivan Izquierdo, as pessoas não estão perdendo a memória. “O que acontece é que nos últimos 25 anos as demandas e as exigências do mundo aumentaram, mas estamos conseguindo responder muito bem. A velocidade e a quantidade com que acontecem as notícias e as novidades deste mundo exigem cada dia mais de nossa memória”, salienta Izquierdo.
A memória é um banco de dados que permite que se tenha acesso a experiências passadas. É a habilidade do cérebro de guardar informações. Por meio desta competência que se aprende com as experiências, podendo utilizá-las depois. É a aquisição de informações. Existem memórias que são esquecidas imediatamente e outras que duram por anos. Memória de trabalho, por exemplo, é uma memória rápida, online, que se utiliza para poder compreender o que está acontecendo na hora. Diferente das que detém sentimentos, conteúdo emocional forte – essas são mais longas. Cada indivíduo escolhe o que vai guardar e o que vai esquecer.
Um dos aliados da memória é a leitura. “No resto do mundo as pessoas estão lendo cada dia mais, diferente dos brasileiros. Estamos ficando par atrás”, salienta Izquierdo. E claro, usá-la cada dia mais é a dica do médico.
Os idosos têm se sobressaído no quesito “armazenamento de dados”. Segundo o neurocientista, se dúvida muito da perda de memória dos idosos. “Se tem alzeimer ou outras doenças degenerativas, a perda começa com a doença. Mas a maioria (60-80%) dos idosos com mais de 60 – 65 anos, conserva sua memória se tem precaução de mantê-la ativa por meio de diálogos com os parentes, leitura e uso de informática na vida diária”. A capacidade de memória se perde gradativamente depois dos 85 – 90 anos em pessoas sadias. Há casos de pessoas muito velhas (com mais de 90 anos) que estão intelectualmente ativas. Izquierdo afirmou que antigamente isso não ocorria. Os estímulos aumentaram no dia a dia no mundo, exercitando e potencializando a capacidade de memória para nosso cérebro.
Fonte: Simers