Médicos do Hospital Regional São Sebastião em Santo Antônio do Amparo, em Minas Gerais, estiveram em greve na segunda-feira, 10 de outubro e durante parte desta terça-feira, 11. Os profissionais alegam que a paralisação foi uma forma de protesto contra os salários atrasados há pelo menos dois meses.
O único hospital da cidade que atende pacientes de 30 municípios da região teve os serviços eletivos, incluindo cirurgias e consultas, suspensos nesta segunda. Apenas o serviço de urgência e emergência estava mantido. No local, por dia, são realizados entre 100 e 150 atendimentos no Pronto Socorro.
Entretanto, o promotor Thiago Ferraz de Oliveira afirmou que a greve foi encerrada após uma reunião dos funcionários do hospital com o Ministério Público realizada na manhã de terça-feira, 11.
“Hoje, a reunião do Ministério Público foi para mediar este conflito, esta greve, cessar esta greve e voltar o atendimento à população. A reunião durou cerca de três horas e foi muito benéfica. Os médicos e o corpo clínico, em geral, aceitaram a sugestão e vão retomar o atendimento ainda hoje“, explicou o promotor Thiago Ferraz de Oliveira.
Com relação ao pagamento dos salários atrasados os médicos o promotor explicou que o Ministério Público já determinou o pagamento. “O Hospital São Sebastião através da interventora, que assumiu essas funções por força de decisão judicial, já entabulou com a Caixa Econômica Federal um repasse através de empréstimo. Agora, a principal recomendação do Ministério Público é para que seja feito o pagamento dos médicos, seja reestabelecida esse atendimento dos médicos e voltem a atender a população sem mais percausos”, disse o promotor.
Alvo de investigações
Em dezembro do ano passado, o hospital foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Batizada de “Asclépia”, a operação investiga um suposto desvio de verba e apura as suspeitas de cobrança por cirurgias para pacientes que esperavam nas filas do Sistema Único de Saúde (SUS). A operação levou à prisão diretores, um contador do hospital, além de dois vereadores da cidade. Eles ficaram cinco dias presos e foram liberados.
Uma comissão parlamentar de inquérito foi formada pra a apurar a participação do prefeito Jorge Lopes (PMN) em um esquema que beneficiou duas mulheres que podem ter sido passadas na frente da fila pra fazer cirurgias no hospital.
O processo continua sob análise do Ministério Público em Bom Sucesso, Minas Gerais, onde fica a comarca de Santo Antônio do Amparo. Por isso, a prefeitura foi escolhida pelo Tribunal de Justiça para administrar o hospital. A Câmara de Vereadores informou que a comissão está ouvindo as últimas testemunhas deste caso. O processo deve ser finalizado ainda este mês e levado para apreciação em plenário.
Fonte: G1