Cinco menores entre 14 e 17 anos estavam internados em consultórios da ala psiquiátrica adulta do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), em Porto Alegre, repousando sobre colchões no chão, quando o Sindicato Médico do RS (Simers) vistoriou o local, na quinta-feira, 22 de setembro, após receber denúncia. O motivo é a falta de leitos psiquiátricos para crianças e adolescentes em instituições de referência para encaminhar os pacientes.
Desde segunda-feira, 19, há registro de menores nestas condições no PACS. Dos cinco menores, quatro haviam sido liberados ou transferidos, mas uma jovem de 15 anos permanece no local. O Sindicato tentou agendar uma reunião com o titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Fernando Ritter, para exigir providências, mas recebeu informação de que ele não tem disponibilidade nos próximos dias.
A diretora do Simers, Roberta Grudtner, ressaltou que é necessário pressionar a SMS para criar, rapidamente, uma emergência psiquiátrica para crianças e adolescentes na Capital. “As tentativas de suicídio nessa faixa etária cresceram 40% na última década. As crianças estão adoecendo por fatores como bullying, cyberbullying e violência doméstica, entre outros”, afirmou. Segundo Roberta, ao ficarem expostas a condições inadequadas, esses adolescentes podem ter seus problemas agravados. “Eles precisam de acolhimento e de uma condição digna para tratar a sua doença”.
Em pelo menos duas vistorias, realizadas em julho e janeiro deste ano, o Sindicato comprovou a superlotação na ala psiquiátrica do PACS e até agora não foram tomadas providências para melhorar a situação.
Fonte: Simers