Os médicos da Santa Casa de Santo Anastácio paralisaram os atendimentos na segunda-feira, 12 de setembro. De acordo com o plantonista Leonardo Mazzaro da Silva, a motivação foi o atraso dos salários. Os profissionais receberam 80% do valor referente ao mês de junho. Entretanto, além do restante, ainda faltam os pagamentos dos meses de julho e agosto.
O médico afirmou nesta terça-feira, 13 de setembro, que a retomada da paralisação, que já havia acontecido por três horas e meia no dia 5 de setembro, desta vez, não tem data para terminar. “Quando paralisamos, houve um acordo de que seriam quitados os meses de junho e julho, mas a Prefeitura não encaminhou esse repasse e nós não recebemos o combinado. Por isso, manteremos a greve por tempo indeterminado”, afirmou ao G1.
Ainda segundo o profissional, que atua como clínico geral, somente os atendimentos de urgência e emergência foram mantidos. “Consultas de rotina e atendimentos de baixa complexidade não serão realizados. Apenas os pacientes que correm risco de vida ou vítimas de acidentes serão atendidos”, ressaltou.
A população também não terá os serviços das especialidades. “Os setores de pediatria, ortopedia, otorrinolaringologia, vascular e clínica cirúrgica também estão em greve. Os atendimentos de ultrassom pelos próximos dias, inclusive, já foram desmarcados”, disse Silva.
Um abaixo-assinado foi feito na unidade para pedir um aumento do repasse de verba destinado ao hospital. “O valor está defasado e não cobre os gastos que têm na Santa Casa, como os materiais, medicamentos e pagamentos de funcionários, entre outros”, falou o médico.
Outro lado
O Departamento Jurídico da Prefeitura de Santo Anastácio informou ao G1 que o poder público é responsável por manter o Pronto-socorro da Santa Casa, devido a um convênio feito, no qual as subvenções são repassadas. Entretanto, o modo como o hospital aplica essa verba internamente e realiza os pagamentos fica a cargo da unidade.
“A Prefeitura depende das subvenções dos governos federal e estadual para fazer o repasse. Quando esses órgãos atrasam os valores, nós também atrasamos. Estamos nos reunindo para organizar as destinações das arrecadações, pois temos investido mais de 20%, sendo que o valor estipulado é de 15%”, explicou.
O Departamento Jurídico ainda ressaltou que, mesmo com atraso, os repasses têm sido feitos à unidade de saúde.
Fonte: G1