Portador da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), o médico Hemerson Casado fez um desabafo nas redes sociais sobre o que considera ser ‘uma humilhação’ para pacientes e familiares ter que peregrinar pela medicação que retarda os efeitos da doença. Demonstrando desespero com a falta do remédio, ele chegou ao ponto de pedir para atirar em seu peito e matá-lo logo para evitar a situação que enfrenta. Ele culpa unicamente o governador, a quem acusa de tentar encurtar sua vida.
“Basta. Não aguento mais. Se for assim, que me atirem ao peito. Melhor. Tudo se encerra aqui. Não posso mais lutar e ver o governador do estado me encurtando a minha vida e a de tantos outros pacientes. Todos me conhecem por lutar por novos tratamentos, mas enquanto isso o governador vai sabedor que é da situação, negligência nós que estamos condenados à morte mas que queremos viver mais com nossas famílias e amigos. Uma verdadeira pena de morte no país da liberdade.(sic)”, escreveu o médico, em sua página no Facebook.
Na avaliação dele, o Estado não resolve o problema, mas encontra a desgraça. “Como os judeus nos trens nazistas que esperavam sua salvação, mas encontraram o holocausto”, compara o paciente.
Ele reforça que seria melhor ser assassinado ao ter que ficar sem a sua única esperança de viver. “Pois bem, atirem-me ao peito, não vou esperar que o governador me negue o direito humanitário de viver. Já cansei de desculpas. Se tiver que optar, prefiro eu mesmo tirar minha vida em praça pública para que todos saibam quem foi o responsável por minha morte”, ameaçou.
Hemerson Casado faz um apelo desesperado pela compra dos medicamentos. “Precisamos de nossos remédios. Compre nossos remédios. Se a Defensoria Pública, o Ministério Público não o fazem cumprir a lei, talvez às mortes que o senhor causar, possam pesar em sua consciência”, disse, em referência ao governador.
Opinião do governador
Antes de assinar a ordem de serviço para recuperação da AL-105 (Cachoeira do Meirim), no Benedito Bentes, Renan Filho comentou sobre a mensagem do médico. O governador disse que vai acompanhar de perto a situação e prometeu, inclusive, fazer uma visita pessoalmente a Hemerson Casado.
Sesau diz que remédio está garantido
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), informou que o medicamento Riluzol, utilizado para o tratamento da ELA, estará disponível no almoxarifado da Central de Assistência Farmacêutica (Ceaf) a partir da segunda quinzena do mês de setembro de 2016.
“A Sesau e a Ceaf asseguram, ainda, que a compra e o empenho dos medicamentos foram concluídos no mês de maio deste ano, e que o atraso na entrega ocorreu devido a problemas na fabricação do medicamento pela empresa vencedora da licitação, ocasionando o não cumprimento do prazo de entrega. Como medida emergencial, a Secretaria de Saúde solicitou a troca do fornecedor, para que os usuários possam ser atendidos, conforme prevê o compromisso do Governo do Estado de Alagoas com a assistência a saúde da população alagoana”, diz a nota.
Fonte: Gazeta Web
Foto: Arquivo Pessoal