Para quem sofre com problemas respiratórios, o inverno não costuma ser a melhor estação. O que nem todo mundo sabe é que as baixas temperaturas também podem ser prejudiciais para aqueles que possuem doenças cardiovasculares.
Pode parecer estranho, mas o presidente da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul (Socergs), Gustavo Glotz de Lima, enfatiza que existe uma explicação científica para isso. De acordo com ele, a tendência é que, com a exposição ao frio, a pressão arterial aumente por conta da vasoconstrição – como é chamada a diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos.
Como consequência, ampliam-se as chances de uma angina cardíaca, causada pelo estreitamento dos vasos, e até mesmo de um infarto do miocárdio. “O coração precisa de mais energia para contrair e pulsar sangue. Com isso, ele pode sofrer uma sobrecarga, o que aumenta o risco de problemas cardiovasculares”, resume Gustavo.
Ou seja, as baixas temperaturas exigem cuidado redobrado por parte das pessoas que já possuem alguma cardiopatia – e mesmo daquelas que nunca tiveram registro de doenças relacionadas ao coração -, pois o frio é capaz de intensificar o quadro e dar origem a problemas mais graves.
O presidente da Socergs lembra que é fundamental não ignorar os sinais. Dor opressiva no peito e desconforto torácico, por exemplo, podem configurar sintomas premonitórios, que indicam o princípio de uma cardiopatia mais grave. “Diante de qualquer sinal atípico, busque ajuda médica”, ressalta Gustavo.
Vale lembrar ainda que a maior incidência de infecções relacionadas ao sistema respiratório durante o inverno pode representar um risco adicional para a saúde cardiovascular. Já que o organismo precisa de um esforço adicional para funcionar e manter um equilíbrio, é possível que surja o agravamento de um quadro de insuficiência cardíaca, com presença de falta de ar.
Para evitar problemas e garantir mais qualidade de vida, confira as dicas de Gustavo:
- Evite exposição ao frio excessivo e à umidade
- Fique longe de conglomerações de pessoas, que aumentam o risco de infecções
- Tome a medicação nos horários e doses certas
- Mantenha uma alimentação equilibrada e sem excesso de sal
- Controle a pressão arterial
Fonte: Simers