Brasília, 5 de setembro – A greve dos médicos do serviço público de saúde do Distrito Federal continua tomando vulto e, em seu terceiro dia, foi marcada por mobilização no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na manhã desta quarta-feira (5). Houve atividade no hospital e manifestação na rua.
O movimento atinge 90% da atenção primária. Nos hospitais e policlínicas 30% dos serviços ambulatoriais continuam em funcionamento. As unidades de Pronto-Socorro e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) continuam funcionando com a precariedade habitual.
As reivindicações principais dos médicos são melhoria nas condições de trabalho, mais segurança nas unidades de saúde, contratação de mais profissionais para regularizar a prestação de serviços de saúde à população e recomposição salarial. O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Gutemberg Fialho, reitera que o movimento luta por melhorias na estrutura do sistema público de saúde do DF.
“Precisamos mudar esse cenário em que pacientes esperam meses por e até anos por consultas e cirurgias e em que os médicos e demais profissionais não dispõem dos meios para exercer suas atividades de maneira adequada”, afirma Dr. Gutemberg.
Manifestação em via pública
No Hmib, os médicos participaram de plenária no auditório do hospital e fizeram manifestação com faixas, apitaço e bateria às margens da Via L2 Sul, no semáforo em frente ao hospital, sem interromper o trânsito.
À tarde, equipes do comando de greve continuaram a percorrer as unidades de saúde em funcionamento, levando material de esclarecimento à população e informações sobre o movimento aos médicos em serviço.
Outro grupo retornou à Rodoviária do Plano Piloto, também com o objetivo de sensibilizar a população sobre as demandas dos médicos por melhores condições de trabalho e contratação de novos profissionais de saúde para recompor o quadro de trabalhadores do sistema público de saúde do DF.
Abraço ao Hospital Regional de Taguatinga
Mantendo a programação de manifestações em frente a cada um dos hospitais da Secretaria de Saúde, na sexta-feira (6), os médicos participantes do movimento realizarão um abraço simbólico ao Hospital Regional de Taguatinga, pela manhã, e intensificarão as ações de sensibilização da população à luta da categoria.
À noite, eles voltarão a se reunir em assembleia na sede do Sindicato, às 18h. Nesse evento espera-se haver contraproposta do governo às reivindicações da categoria. A depender do posicionamento do governo, os médicos definirão os rumos do movimento reivindicatório.