“A doença inflamatória intestinal é uma condição que afeta profundamente não só a vida do paciente, como a de seus familiares, exigindo um manejo contínuo e multidisciplinar. Fazendo uma analogia com uma competição atlética, cada obstáculo vencido, por menos que seja, deve ser comemorado”, enfatizou o presidente do Simers, Marcos Rovinski, durante sua manifestação na abertura do II Fórum Melhor Jornada do Paciente com Doença Inflamatória Intestinal (DII), realizado na manhã desta quarta-feira, 3, no Café Coworking Tecnopuc, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.
Marcos Rovinski, que esteve acompanhado do diretor da entidade médica gaúcha, Guilherme Peterson, destacou a importância do Fórum que discute “não somente os aspectos clínicos, mas também as nuances emocionais e sociais que envolvem a jornada do paciente”.
Realizado pela Educação Continuada para Assistência ao Paciente – Educare, o Fórum teve como tema central: “O PRESENTE E FUTURO DOS TRATAMENTOS DAS DII’S NO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA E SUPLEMENTAR DO RS – capacitar a cadeia assistencial para ampliar o acesso”. A Abertura foi feita pelo CEO e Founder da Educare Brasil, Gustavo Machado.
Como speakers: Cristina Flores – Médica Gastroenterologista e Endoscopista, Presidente e Membro Fundador do GEDIIB, que abordou em sua palestra: O Cenário de Tratamento das DII’s no Sistema de Saúde Suplementar: Presente e Futuro. Marta Machado – Médica Gastroenterologista e Endoscopista Presidente da ABCD, que apresentou o Cenário do Tratamento das DII’s no SUS: Presente e Futuro. Richard Borba Magalhães, Gastroenterologista e Endoscopista – Novas Tecnologias na Jornada dos Pacientes com DII.
Por fim foi realizado o debate: O Impacto das Novas Tecnologias na Jornada dos Pacientes com DII, com Marta Machado, Cristina Flores e Dr. Richard Magalhães, tendo como moderador: Gustavo Machado.
O que é a DII
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são um conjunto de sinais e sintomas que se manifestam, predominantemente, no cólon (parte do intestino cuja função é extrair água e sais minerais dos alimentos digeridos e as vitaminas K, B1 (tiamina) e B2 (riboflavina) que são produzidas pelas mais de 700 espécies de bactérias que vivem nele, a chamada flora intestinal). Cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com DII. Ela está em ascensão e afetando, principalmente, jovens em idade ativa.
Os especialistas defendem algumas estratégias abrangentes no local de trabalho, como por exemplo, horários flexíveis, teletrabalho, etc., somados a uma melhor compreensão da doença, farão com que trabalhadores acometidos pela DII tenham uma vida produtiva.
Sintomas:
– Desconforto abdominal;
– Sensação de barriga estufada;
– Dor;
– Cólicas;
– Alternância entre períodos de diarreia e de prisão de ventre;
– Flatulência (gases) exagerada;
– Sensação de esvaziamento incompleto do intestino.
Os sintomas podem piorar depois da ingestão de certos alimentos, como cafeína, álcool e comidas gordurosas.
Causas:
– Motilidade anormal do intestino delgado durante o jejum, contrações exageradas depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em resposta ao estresse;
– Hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal à falta de oxigênio, distensão, conteúdo fecal, infecção e às alterações psicológicas;
– Níveis elevados de neurotransmissores (como a serotonina, por exemplo) no sangue e no intestino grosso;
– Infecções e processos inflamatórios;
– Depressão e ansiedade.
Tratamento:
A DII não tem cura e seu tratamento visa a melhorar os sintomas como, dor, prisão de ventre e diarreia. Normalmente, os pacientes precisam fazer mudanças na alimentação e no estilo de vida, além de fazer uso de medicamentos de uso crônico e também em fases mais intensas, que provoquem muito desconforto. O paciente pode passar longos períodos sem manifestações clínicas, mas o problema sempre pode retornar, tanto por distúrbios intestinais quanto por fatores emocionais. A pesquisa em novos fármacos está em rápida e crescente evolução e possibilitando medicações cada vez mais eficazes, porém com custo elevado, o que limita a oferta pelos entes públicos e pela saúde complementar.
Principais alimentos a serem evitados:
– Comidas gordurosas;
– Álcool;
– Cafeína;
– Açúcar;
– Produtos com sorbitol (como balas sem açúcar e chicletes);
– Vegetais que aumentam a produção de gases (como feijão, repolho e batata doce);
– Leite e derivados;
– Alimentos picantes ou com muitos conservantes.
Outras recomendações:
– Faça uma lista dos alimentos que possam estar associados ao aparecimento das crises e evite-os;
– Adote uma dieta com baixo teor de gordura e rica em fibras, mas cuidado com os vegetais que aumentam a produção de gases, como repolho, couve-flor, batata doce, feijão, entre outros;
– Evite ingerir bebidas alcoólicas e as que contêm cafeína;
– Procure não mascar chicletes nem chupar balas que contenham sorbitol;
– Mantenha um programa diário de exercícios físicos;
– Não fume;
– Não despreze o benefício que a psicoterapia e outras técnicas terapêuticas (relaxamento, por exemplo) podem trazer.