O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, declarou apoio da entidade ao movimento para agilizar a regulamentação do uso da membrana amniótica (camada mais interna da placenta) para o tratamento de queimaduras e feridas. A posição foi declarada a Coordenadora da Fundação Ecarta, Glaci Borges, em reunião realizada nesta quinta-feira, 27, no Gabinete da Presidência, na sede da entidade, em Porto Alegre. Também participou do encontro o diretor de Políticas Estratégicas do Simers, Vinícius Souza
“Somos aliados desta causa. Este processo se arrasta há mais de 10 anos sem que tenha havido a regulamentação. O Conselho Federal de Medicina, em 2021, já autorizou o uso clínico da membrana amniótica. Agora temos de nos mobilizar mostrando a importância de ser regulamentada a matéria”, afirmou Rovinski.
Hoje estima-se que o centímetro quadrado de curativo sintético custa cerca de R$ 50,00, enquanto o derivado da membrana amniótica aproximadamente R$ 0,10, sendo que um grande queimado chega a usar, em média, mais de mil centímetros quadrados. O banco de tecidos gaúcho tem toda a estrutura, a área física e o conhecimento para captação e processamento da membrana amniótica.
Mudança de paradigma
Para Glaci Borges, a regulamentação do uso da membrana amniótica significará uma mudança de paradigma no tratamento de queimados do Brasil. Ela destacou as ações desenvolvidas pela entidade há 11 anos, por meio do projeto Cultura Doadora, para a sensibilização para a doação de órgãos e tecidos, bem como na qualificação da infraestrutura de atendimento à saúde no Rio Grande do Sul. O uso da membrana amniótica qualificará e suprirá o atendimento aos queimados de todo o país, observa.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra cerca de um milhão de casos de queimaduras por ano. Destes, aproximadamente 100 mil precisam de atendimento médico. O Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável pelo tratamento de 95% dos pacientes queimados no país.