Foram assinados, nesta sexta-feira (26), durante o segundo dia da 5° Conferência Internacional dos Sindicatos Médicos, o estatuto e a ata de fundação da União dos Sindicatos e Grêmios Médicos da América Latina (Unión Sigmela). O evento foi realizado em Alicante, na Espanha. O Sindicato dos Médicos do Pará é um dos sócios fundadores da Unión Sigmela juntamente com outras cinco entidades sindicais médicas do Uruguai, Argentina, Peru e a Federação Médica Brasileira.
Nos últimos dois anos estas entidades tem promovido diversas reuniões virtuais visando a fundação da Unión Sigmela. Em novembro do ano passado, o Sindmepa esteve presente no encontro presencial realizado em Buenos Aires, ocasião em que o Estatuto assinado agora, foi discutido e aprovado.
Durante o último dia de Conferência a Federação Médica Brasileia também conseguiu aprovar que a realização da 6° Conferência Internacional dos Sindicatos Médicos seja no Brasil, no próximo ano. O pedido foi apresentado formalmente e aceito no ato final do evento.
“Foi um momento muito importante, porque era um objetivo da FMB e dos sindicatos de base levar para o Brasil esse evento. Sendo assim, fechamos com chave de ouro a participação da delegação do Brasil nesta 5° conferência”, ressalta o diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Entre as mesas de trabalho apresentadas nesta sexta-feira (26), na 5° Conferência Internacional dos Sindicatos Médicos, o diretor Waldir Cardoso destaca os debates acerca do futuro da profissão médica, caminhos para o progresso; inteligência artificial e sindicalismo médico. O evento ressaltou que a inteligência artificial já é realidade e será o futuro da profissão.
“Ficou claro que a inteligência artificial vai impactar e modificar a prática médica em todas as especialidades. O que vai obrigar os médicos a terem uma outra formação para a utilização destas ferramentas e aqueles que já estão no mercado de trabalho vão precisar pouco a pouco se adaptar”, frisa Waldir Cardoso.
Para o médico, a inteligência artificial pode ajudar os profissionais da saúde a evitar erros, auxiliando o trabalho e proporcionando mais segurança aos pacientes. A ferramenta se destaca em um momento onde a saúde está em crise devido ao aumento dos custos relacionados a saúde, excesso de exames e escassez de recursos humanos
Com relação ao sindicalismo, Waldir Cardoso defende que os sindicatos precisarão mudar para se adequar à nova realidade. Como por exemplo reivindicar a garantir da atualização profissional médica com o uso da inteligência artificial e da comunicação para melhorar a saúde e bem-estar de maneira geral.
“O médico dificilmente será substituído, porque a relação médico-paciente não pode ser feita pela máquina. Mas nós vamos precisar criar ferramentas de lutas sindicais com criatividade, de maneira que a gente consiga desenvolver o nosso trabalho dentro dessa nova realidade, inclusive utilizando os avanços dessa tecnologia a nosso favor”, resume.