Dirigentes da FMB e dos Sindicatos de Base da entidade, participam em Alicante, na Espanha, da 5ª Conferência Internacional dos Sindicatos Médicos, que reúne representações sindicais da Espanha, Portugal, Alemanha, Uruguai, Peru, Argentina e Jamaica.
“Os debates nos apresentam situações comuns às que os médicos vivenciam no Brasil como a jornada médica, violência ao profissional de saúde, a evolução da formação médica, entre outros assuntos importantes. Falamos também sobre a formatação da relação médico-paciente como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, um movimento que ganha força em várias partes do mundo”, destaca Tadeu Calheiros, presidente da FMB. De acordo com a secretária da Mulher da FMB e dirigente do Sindicato de Alagoas, Edilma Barbosa, o encontro teve palestras muito interessantes e retratou “problemas comuns vivenciados pelos médicos também na Europa”, como carga horária e a busca pela qualidade da formação profissional.
O dirigente do Sindicato dos Médicos do Pará, Waldir Araújo Cardoso relata o evento como um convergente de busca de soluções para situações comuns. Além da violência contra os profissionais e os casos de Burnout, as condições de trabalho também são ruins. “Em relação à violência, países como a Espanha, forçaram a polícia a criar o que eles chamam de interlocutor policial territorial sanitário, alguém que está ali para tentar resolver o problema da relação entre os pacientes e os profissionais de saúde”. De acordo com Waldir, em relação à violência, há uma corrente forte de que os sindicatos devem adotar tolerância zero para essa questão. “Uma orientação importante que nós vamos levar para o Brasil é disponibilizar de alguma forma formulários em que os médicos possam relatar essas situações de violência para os sindicatos, de maneira reservada, para que os sindicatos consigam tomar providências ou buscar a solução junto às autoridades”, acrescenta.
A judicialização da saúde também esteve no debate – 25% dos profissionais de saúde, relatam que, de alguma forma, foram vítimas de um tipo de violência e, interessante, 50% dos médicos residentes têm temor na relação médico-paciente. “Um dos pontos, na minha opinião, que devemos investir, é melhorar a relação médico-paciente. Como não vamos melhorar as condições de trabalho, podemos conseguir reduzir essa violência contra médicos”, sugere Waldir.
Integram a comitiva da FMB, além de Tadeu (Pernambuco), Edilma e Marcos Holanda (Alagoas) e Waldir (Pará), Adeildo Martins Lucena Filho e Edson Hideki Harima (Mato Grosso), Janice Painkow e Reginaldo Abdalla (Tocantins), José Roberto Cardoso Murisset (Grande ABC), Marlus Volney de Moraes (Paraná), Leonardo Alcântara (Ceará).