O encerramento da 5ª Conferência Internacional dos Sindicatos Médicos, realizada nos dias 25 e 26 de janeiro de 2024, em Alicante, na Espanha, confirmou que será no Brasil, no ano que vem, a realização da sexta edição do evento. “Teremos grande honra em receber a Conferência e principalmente, os dirigentes médicos sindicais de várias partes do mundo. No retorno ao Brasil vamos articular com os nossos sindicatos de base a data e o local, e alinhar os temas para debate”, destaca o presidente da FMB, Tadeu Calheiros.
Outro ponto importante do evento foi a assinatura do Estatuto e documentos que criam a União de Sindicatos e Grêmios Médicos da América Latina (Unión SIGMELA), que reúne, além do Brasil, representações sindicais da Argentina, Peru e Uruguai. “A FMB e o Sindicato dos Médicos do Pará são sócios fundadores dessa importante reunião de sindicatos, que passa a ser mais uma força e apoio aos sindicatos de base também no Brasil”, destaca Tadeu.
Debates
Nos debates de sexta-feira, destaque para a secretária de Finanças da FMB, Janice Painkow, que integrou a mesa “Migração de profissionais: formação universal. Perda de oportunidade e de conhecimento.”
Também foi destaque no segundo dia do evento, a mesa que tratou sobre o futuro da profissão médica. “A inteligência artificial vai impactar e modificar a prática médica em todas as especialidades. Já impacta particularmente na oftalmologia e em exames de diagnóstico por imagens, por exemplo. E trabalhar o conceito de saúde digital a fim de melhorar a saúde e bem estar da população, bem como a assistência médica”, destaca Waldir Cardoso, dirigente do Sindicato dos Médicos do Pará e primeiro presidente da FMB.
Outro tema importante debatido foi a precarização dos contratos de trabalho. “Está havendo também na Europa a informalização dos contratos de trabalho, o que seria para nós a falta dos concursos públicos e pejotizacao, e havendo, inclusive, relato de ausência de contrato, algo que eu diria inimaginável entre os países desenvolvidos.”, aponta Waldir.
Um ponto positivo discutido é a limitação de jornada de 48 horas semanais para os médicos na Espanha. Também foi pauta dos debates a invasão de competências médicas. “Falamos sobre outras profissões que buscam ocupar espaços ou realizar atividades próprias ou privativas dos médicos”, acrescenta Waldir.
A 5ª Conferência Internacional dos Sindicatos Médicos reuniu as representações sindicais do Brasil, da Espanha, Portugal, Alemanha, Uruguai, Peru, Argentina e Jamaica.
Integraram a comitiva da FMB, Tadeu Calheiros (Pernambuco), Edilma Barbosa e Marcos Holanda (Alagoas), Waldir Araújo Cardoso (Pará), Adeildo Martins Lucena Filho e Edson Hideki Harima (Mato Grosso), Janice Painkow e Reginaldo Abdalla (Tocantins), José Roberto Cardoso Murisset (Grande ABC), Marlus Volney de Moraes (Paraná).