Como os alimentos naturais perderam espaço na rotina dos povos indígenas, quais as consequências nutricionais e como os índices de doenças crônicas não transmissíveis tem crescido entre essa população. Esses foram alguns dos pontos abordados durante o painel realizado pelo Sindmepa, com organização do Núcleo Acadêmico, dentro do evento “Diálogos Amazônicos”, na última sexta-feira (04).
A mesa contou com a participação do diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso que deu início ao evento frisando a importância de se discutir melhorias aos atendimentos prestados aos povos originários. O assessor jurídico, Yúdice Andrade, também esteve presente e chamou atenção para a evolução da Constituição Brasileira Federal, de 1946 a 1988, na garantia de políticas públicas de saúde e, em especial, à saúde dos povos indígenas.
Para elucidar os principais desafios enfrentados ao prestar atendimentos de saúde aos indígenas, o Sindmepa convidou os médicos João Guerreiro e Eliniete Fidelis, especialistas em saúde dos povos tradicionais.
Eliniete Fidelis, médica e indígena Hywyxy Baniwa, pertencente ao povo Baniwa do Amazonas, explicou que a mudança alimentar causada pelo contato com os hábitos urbanos tem feito com que os alimentos industrializados ganhem força na dieta dos indígenas, o que tem provocado a incidência de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes.
Segundo a médica, situações de desnutrição entre crianças e adultos, como a do povo Yanomami, são comuns em outros povos devido à perda de nutrientes alimentares causados por queimadas florestais e poluição de rios com mercúrio, o que impossibilita o consumo de peixes. A anemia entre mulheres gestantes também tem se tornado frequente, mas tardiamente diagnosticada devido ao longo período sem atendimento à saúde nas aldeias.
“Abordar essa temática de saúde indígena foi muito importante, principalmente na presença de futuros médicos que já levam essa sementinha plantada hoje, do que é a saúde indígena, dessa diversidade cultural entre a população. Que deve ser fomentada nas instituições com um pouco mais de cuidado, para que esses profissionais consigam ter essa visão diferenciada”, frisou a médica.
Às políticas públicas em saúde e ações na Amazônia também foram discutidas durante a palestra. João Guerreiro, médico especialista em Genética Humana e Médica, com ênfase em Genética de Populações Humanas da Amazônia, destacou que muitos indígenas morreram por doenças causadas pelo contato com os colonizadores espanhóis e europeus. De acordo com o último Censo do IBGE, realizado em 2010, a população indígena no Brasil corresponde a 896.917, o equivalente a 1,4% da população.
O médico ainda falou sobre a importância da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), que atende mais de 762 mil indígenas aldeados em todo o Brasil, e sobre a funcionalidade dos DSEI – Distrito Sanitário Especial Indígena. Sua estrutura de atendimento conta com unidades básicas de saúde, ações de prevenção a doenças, monitoramento das condições de alimentação e nutrição, monitoramento da saúde dos ambientes e educação em saúde.
Como os alimentos naturais perderam espaço na rotina dos povos indígenas, quais as consequências nutricionais e como os índices de doenças crônicas não transmissíveis tem crescido entre essa população. Esses foram alguns dos pontos abordados durante o painel realizado pelo Sindmepa, com organização do Núcleo Acadêmico, dentro do evento “Diálogos Amazônicos”, na última sexta-feira (04).
A mesa contou com a participação do diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso que deu início ao evento frisando a importância de se discutir melhorias aos atendimentos prestados aos povos originários. O assessor jurídico, Yúdice Andrade, também esteve presente e chamou atenção para a evolução da Constituição Brasileira Federal, de 1946 a 1988, na garantia de políticas públicas de saúde e, em especial, à saúde dos povos indígenas.
Para elucidar os principais desafios enfrentados ao prestar atendimentos de saúde aos indígenas, o Sindmepa convidou os médicos João Guerreiro e Eliniete Fidelis, especialistas em saúde dos povos tradicionais.
Eliniete Fidelis, médica e indígena Hywyxy Baniwa, pertencente ao povo Baniwa do Amazonas, explicou que a mudança alimentar causada pelo contato com os hábitos urbanos tem feito com que os alimentos industrializados ganhem força na dieta dos indígenas, o que tem provocado a incidência de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes.
Segundo a médica, situações de desnutrição entre crianças e adultos, como a do povo Yanomami, são comuns em outros povos devido à perda de nutrientes alimentares causados por queimadas florestais e poluição de rios com mercúrio, o que impossibilita o consumo de peixes. A anemia entre mulheres gestantes também tem se tornado frequente, mas tardiamente diagnosticada devido ao longo período sem atendimento à saúde nas aldeias.
“Abordar essa temática de saúde indígena foi muito importante, principalmente na presença de futuros médicos que já levam essa sementinha plantada hoje, do que é a saúde indígena, dessa diversidade cultural entre a população. Que deve ser fomentada nas instituições com um pouco mais de cuidado, para que esses profissionais consigam ter essa visão diferenciada”, frisou a médica.
Às políticas públicas em saúde e ações na Amazônia também foram discutidas durante a palestra. João Guerreiro, médico especialista em Genética Humana e Médica, com ênfase em Genética de Populações Humanas da Amazônia, destacou que muitos indígenas morreram por doenças causadas pelo contato com os colonizadores espanhóis e europeus. De acordo com o último Censo do IBGE, realizado em 2010, a população indígena no Brasil corresponde a 896.917, o equivalente a 1,4% da população.
O médico ainda falou sobre a importância da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), que atende mais de 762 mil indígenas aldeados em todo o Brasil, e sobre a funcionalidade dos DSEI – Distrito Sanitário Especial Indígena. Sua estrutura de atendimento conta com unidades básicas de saúde, ações de prevenção a doenças, monitoramento das condições de alimentação e nutrição, monitoramento da saúde dos ambientes e educação em saúde.
João Guerreiro frisou que apesar do grande avanço que representou a criação do Sistema de Atenção à Saúde Indígena e da SESAI, é evidente que o sistema requer contínua revisão e melhorias, sobretudo na gestão, para vencer os obstáculos e alcançar indicadores de saúde mais favoráveis.
“Os nossos estudantes não têm ideia da realidade que a gente vivencia fora dos muros dos hospitais e centros de saúde das grandes cidades. Mostrar como funciona o sistema de saúde indígena é fundamental, porque são estruturas e rotinas diferentes. Eles participarem disso faz com que no futuro possam se engajar nesse tipo de atendimento”, reforçou.
O pesquisador e docente da Universidade Federal do Pará antecipou que a partir do próximo ano, os alunos do curso de medicina terão uma disciplina dedicada exclusivamente à saúde dos povos indígenas e quilombolas.
O debate gerou um relatório que será enviado ao Governo Federal, a fim de contribuir às discussões dentro da “Cúpula da Amazônia”, que será realizada em Belém de terça a quarta-feira.
Fonte: Sindmepa