Preocupado com a falta de leitos e a chegada do frio no Estado, o Núcleo de Pediatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) encaminhou ofício ao secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, para saber o que está sendo feito para evitar a desassistência aos bebês e crianças, na Capital. O documento foi enviado no final da semana passada, com cópia para às Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, da Infância e da Juventude, bem como ao Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers).
“Pedimos um prazo de sete dias para que o gestor municipal nos esclareça quais as ações previstas e o que já está em prática para garantir o atendimento infantil, com leitos pediátricos tanto nos postos de Saúde, quanto nas emergências e nas Unidades de Tratamento Intensivo, pois o que vemos é uma redução das vagas e também de profissionais na área de pediatria, desde a atenção primária até os hospitais”, afirma o coordenador do Núcleo de Pediatria do Simers, Daniel Wolff.
Segundo um levantamento feito pelo Sindicato Médico, as UTIs pediátricas foram as que mais sofreram com a redução de leitos, em Porto Alegre, nos últimos cinco anos. Para se ter uma ideia, de 2019 para cá, foram 38% a menos nas vagas em unidades intensivas. Somente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o impacto negativo foi de 131%.
S.O.S. Pediatria
A ação faz parte da campanha S.O.S. Pediatria do Simers, que em 2023 está em sua segunda edição para buscar soluções ao cenário de precariedade no atendimento infantil. Na semana passada, o Sindicato Médico também pediu informações ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e está programando uma série de ofícios a serem encaminhados no interior do Estado.
Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) apontam que a realidade dos pacientes pediátricos é alarmante no nosso Estado. Dos 497 municípios gaúchos, 209 cidades não têm o número adequado de pediatras e 130 cidades estão sem pediatra para atendimento. Além disso, 79 contam com menos de um pediatra para cada mil habitantes, de zero a 14 anos. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza 17 pediatras para cada 100 mil habitantes.
Fonte: Simers