O vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, e o diretor-geral da Entidade, Fernando Uberti, participaram no início da manhã desta quarta-feira,19, da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do Corpo Clínico do Hospital Universitário de Canoas (HU). A instituição, atualmente gerida por um Comitê Interventor, atravessa uma das piores crises de sua história, desde 2007 quando foi inaugurado. Falta de insumos básicos como soro fisiológico, compressas, fios de sutura, alimentação aos pacientes e tornaram-se crônicas. Paralelo a isso, ocorrem atrasos no pagamento das notas fiscais de serviços emitidas contra o HU.
Diante de vários imbróglios administrativos, políticos e jurídicos, o Corpo Clínico convocou AGE para discutir dois importantes pontos: previsibilidade e organograma sobre valores em aberto; e dúvidas acerca do processo de intervenção. Representando o Município de Canoas, a secretária Extraordinária de Gestão Hospitalar, Juceila Dall’Agnol, confirmou aos médicos presentes que a quitação da competência maio/2023 será realizada na sexta-feira,21. O vice-presidente do Simers questionou sobre a previsibilidade da gestão da instituição, pois “não é possível que os médicos tenham seus vínculos extintos há cada seis meses, acumulando um passivo de dívidas com gestores que passaram pelo HU, e nada se resolve. A Prefeitura e a administração hospitalar alegam que os repasses ao HU são feitos, mas nós, médicos, sabemos que ocorrem atrasos mesmo com a disponibilização da verba”, disse Matias.
A projeção da Prefeitura de Canoas, que detém a posse do HU, é que seja solicitado à magistrada responsável pelo Processo de Intervenção, a prorrogação em 150 dias desta situação administrativa. Paralelo ao prazo de cinco meses, o Município se compromete em realizar um processo de contratação de uma empresa gestora para o Universitário, tendo como limite contratual 5 anos, e com o aval do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS) e Ministério Público. Concomitante à esta fase, a Prefeitura acredita que o modelo de concessão do HU já esteja finalizado. O leilão tem uma previsão média para acontecer em até 3 anos. A empresa vencedora desta PPP (Parceria Público-Privada) deste certame, que segue regras da Bolsa de Valores B3, pode trazer estabilidade de até 35 anos à instituição de saúde.
Outro compromisso feito pela secretária Juceila é quanto aos pagamentos das notas emitidas pelos médicos dentro do período de intervenção. Ela se comprometeu em não deixar nenhum saldo devedor, desde que as notas respeitem o prazo legal da atual intervenção e, também, de uma possível prorrogação, se autorizada pela Justiça.
Fonte: Simers