s recursos que chegam para cada gestor público investir em saúde são originados, em parte, conforme o volume de atendimento realizado pelos médicos. Ou seja, o trabalho médico gera receita. Apesar disso, a classe é mal remunerada. Mas o que nos tira do eixo são notícias sobre desvio e uso indevido dos valores. O próprio site do DataSus mostra que nos últimos 4 anos ¼ dos 102 municípios alagoanos aumentaram em até oito vezes os atendimentos nos últimos anos, no intuito de receberem mais. Entretanto, não houve maior investimento na qualidade do serviço. Em alguns casos, a produção foi elevada ao patamar acima de 60% , levantando suspeita. É no mínimo lamentável. Quem está se beneficiando com isso? O Sinmed espera que a Polícia Federal apure e puna os responsáveis. Dinheiro da saúde é para melhoria da assistência.
Além do aumento exagerado na demanda de atendimentos médicos, as prefeituras também inseriram no DataSus informação exagerada de suturas e consumo medicamentos, levantando suspeita de irregularidade. Feira Grande, pasmem, registrou 282 mil suturas em 2022, quando tem 22,7 mil habitantes. É como se cada morador tivesse precisado de uma sutura e sido atendido no município 12 vezes ao ano, em média. Nem precisa de lupa pra enxergar a manobra. Já em Roteiro consta número de visitas domiciliares 10 vezes maior do que é humanamente possível ser feita pela equipe local. O curioso é que apesar dessa ‘farra’ com o dinheiro da saúde, é recorrente a população ficar sem acesso a medicamentos e exames. Em Jaramataia ocorreu algo semelhante, e em Passo de Camaragibe, o instrumento usado para obter mais recursos foram demasiadas “atividades educativas para promoção da saúde”. Haja palestra e treinamento com a comunidade!
Fonte: Sinmed-AL