A presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Dra Sílvia Melo, disse que é inadmissível que qualquer unidade de atendimento médico fique desprotegida do serviço de segurança, seja da rede municipal ou estadual. “Fomos pegos de surpresa com a retirada dos profissionais de segurança na rede estadual, e isso comprometeu o sossego de todos, tanto dos pacientes como de toda a equipe de saúde”, desabafou.
Ela cita o exemplo da sede do SAMU, que ainda funciona no bairro do Pinheiro (afetado pelo afundamento do solo), e se mantém de portas abertas 24 horas, com alta rotatividade de ambulâncias chegando e saindo, e devido a ausência dos seguranças a tensão aumentou. “Se antes já corríamos risco, agora o perigo foi potencializado. Essa medida não deveria ter sido tomada assim, bruscamente. Se o contrato está caro o ideal é que resolva de outra forma, sem jamais deixar ninguém exposto ao perigo”, argumentou Sílvia Melo.
Segundo ela, nenhuma unidade de atendimento médico pode virar um alvo fácil para bandidos. “O índice de violência subiu muito. Nem as unidades de saúde escapam da violência. Temos registro de agressividade em dezenas de ambulatórios e hospitais. Qualquer demora no atendimento pode gerar um ataque de fúria. É um perigo. Outro dia o pai de um paciente entrou aos gritos xingando e ameaçando um médico porque não tinha no posto a medicação da qual precisava. Nem sempre a farmácia da unidade está abastecida, o médico não tem culpa, mas é em quem descarregam a revolta. Na verdade, somos todos vítimas do governo, mas a população nem sempre entende isso”, lamenta a presidente do Sinmed.
Para ela, a escassez na política de saúde vem deixando as pessoas cada vez mais insatisfeitas, e infelizmente respinga sobre os médicos. “A ação dos profissionais de segurança não impede a violência, mas inibe, e quando acontece um ataque eles agem rápido e evitam o pior”, reconhece a Dra Sílvia. “No município, as USBs (Unidades Básicas de Saúde) também funcionam sem segurança, inclusive algumas delas ampliam o horário até a noite, mesmo em locais sem iluminação. Solicitamos segurança, mas os gestores subestimam o perigo. Quem trabalha nos corujões desempenham suas funções em clima bastante tenso. Enfim, seja no Estado ou município é inadmissível a ausência de profissionais de segurança”, enfatizou, clamando às autoridades competentes para que intercedam junto ao governador e ao prefeito de Maceió.
Fonte: Sinmed-AL